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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Comprando uma câmera fotográfica usada - algumas recomendações práticas


Comprar uma câmera fotográfica usada é uma ótima maneira para economizar e, ao mesmo tempo, ter acesso a um bom equipamento.

Mesmo assim, é preciso ter cautela para encontrar uma câmeta em bom estado e que ainda possa ser utilizada por vários anos pela frente.

Por que comprar uma câmera usada?

Antes de tudo, desconfie deste frenesi tecnológico. Todos os anos são lançados novos modelos de câmeras digitais, muitas vezes com inovações pouco significativas.

É como comprar um carro.
Se você comprar um carro novo, você terá garantia e a certeza de que o automóvel está em boas condições. No entanto, você pagará um preço MUITO mais alto por isto, além de que um carro novo se desvaloriza rapidamente.
O mesmo ocorre com as câmeras fotográficas. Você compra o último modelo hoje e, ano que vem, ela já está ultrapassada, e o valor de mercado dela cai, à vezes, pela metade.

Os dois fatores primordiais para alguém se interessar por uma câmera usada são:
1 - o preço, pois uma câmera usada pode custar muito mais em conta do que um lançamento, e
2 - às vezes, pelo valor de um modelo inferior novo, você pode comprar um equipamento melhor, mas usado.

Cuidados na hora de comprar uma câmera digital usada


1 - pesquise bastante

Antes de sair comprando a primeira câmera usada que você encontrar, pesquise bastante os preços e as condições por aí.
O valor de câmeras usadas, mesmo para modelos idênticos, oscila muito. Você pode encontrar uma câmera por 500 dólares e, com outro vendedor, para a mesma câmera, por 250 dólares.

E isto não quer dizer que uma esteja em melhor estado que a outra. Às vezes, o vendedor está apenas desesperado para se desfazer do equipamento, precisando da grana, e, para acelerar a venda, põe o preço muito abaixo.

Ao pesquisar os preços e modelos, você terá uma noção de qual é o preço médio e de quanto você terá de desembolsar. Além disto, esta variação de preços também lhe dará poder de barganha, pois você sempre poderá dizer: "olha, mas eu vi esta mesma câmera mais barata em outro lugar".

2 - o estado da câmera diz muito

Imagino que você não vai querer comprar uma câmera toda detonada, riscada e suja. O estado cosmético, isto é, a aparência da câmera, não é tudo, mas o ajudará a perceber a que tipo de uso o equipamento foi submetido.

Se você estiver comprando online, sem poder olhar a câmera, o ideal é pedir para o vendedor lhe enviar várias fotos, em vários ângulos diferentes, do equipamento, para você poder julgar melhor as condições.

3 - o número de cliques é fundamental

Quando você põe a mão no bolso para investir em equipamento fotográfico, você espera que esta câmera dure alguns anos pela frente.
Por isto, é importantíssimo saber um número aproximado de cliques da câmera fotográfica pela qual você está interessado, pois há o desgaste do obturador.
Todo vendedor de câmeras usadas deveria lhe fornecer estes números, assim você pode estimar a vida útil da câmera, mesmo que isto não seja uma regra exata.

4 - saiba se tem algum tipo de garantia

Geralmente, quando você compra uma câmera usada, não há nenhum tipo de garantia, ou seja, se ela der pau, é você quem terá de arcar com o conserto.
No entanto, ocasionalmente, caso a câmera usada tenha menos de um ano de uso, a garantia do fabricante ainda é válida, e esta é sempre uma informação importante se ocorrer algum problema.

Além disto, em lojas que revendem câmeras usadas, é de praxe dar uma garantia da loja, às vezes de 30 dias, ou até 90 dias. Informe-se com o vendedor.

5 - quão antiga pode ser a câmera?

As câmeras digitais se tornam obsoletas muito rapidamente. Os saltos tecnológicos implicam em aumento de resolução (megapixels), de ISO, de qualidade de vídeo, e assim por diante.
Contudo, o básico da fotografia, como enquadramento e uso manual das funções serão os mesmos numa câmera digital de hoje e numa de 2003.

Se o importante para você é aprender os princípios da fotografia, sem muito frufru nem pirotecnias, talvez seja interessante comprar uma câmera bem mais antiga e que não pesará no seu bolso. Depois, caso você queira se profissionalizar, então será a hora de investir mais pesado.

Inclusive, alguns modelos profissionais antigos ainda dão um baile em modelos introdutórios de hoje, ou seja, é algo a se pensar se você quiser ter em mãos uma câmera impressionante de verdade.

Só lembrando que, para a maior parte de usos das imagens, uma câmera com resolução de 8 megapixels já é mais do que o suficiente.

6 - com ou sem lente?

Quando você compra uma câmera digital usada, mas um pouco mais avançada, comumente ela será vendida sem a lente, ou seja, ou você compra a lente à parte, ou já possui uma que seja compatível com a marca e modelo da câmera.

Isto ocorre porque, com os modelos profissionais de câmeras, os fotógrafos preferem as melhores lentes possíveis, ou seja, elas podem não vir com lentes do kit como com os modelos introdutórios.

Neste caso, não basta ter somente dinheiro para comprar a câmera, é preciso incluir o preço de uma lente no orçamento.

Também certifique-se se o equipamento vem com todos os acessórios necessários, como cabos USB, baterias, manual e CD de instalação; se estiver faltando alguma coisa, peça um desconto.

7 - encontre formas de pagamento confiáveis

Se você estiver comprando a câmera numa loja, não haverá grandes problemas.

No entanto, se você estiver comprando a câmera de uma pessoa física, projeta-se pagando o equipamento através de métodos confiáveis, isto é, de um modo que, se por acaso for um golpe, você terá como reaver o dinheiro. O Paypal é uma das alternativas, por exemplo.

E que fazer na hora e depois de comprar a câmera?


Se você estiver comprando pessoalmente, peça para testar o equipamento. Tire algumas fotos e confira se está tudo OK com a lente, se não há arranhões. Certifique-se do estado do visor digital.

Caso você compre pela internet, faça esta conferência assim que receber a câmera.

Eu por exemplo, raramento compro câmeras novas. Para mim, esta histeria pelo último modelo é uma grande besteira, principalmente porque boas fotos são trabalhos de bons fotógrafos; a câmera é apenas uma ferramenta.

Por fim, é só sair fotografando e revelando ao mundo o seu olhar.


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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Conseguindo um bom desfocado (bokeh) com sua câmera compacta


Se eu ganhasse um real para cada vez que ouvi a pergunta - como consigo aquele desfocado legal com a minha câmera? -, eu já estaria milionário.

Se esta for sua dúvida, recomendo antes de tudo a leitura dos seguintes artigos:

1 - Profundidade de Campo e Foco
2 - Composição: Profundidade de Campo
3 - O que é Bokeh e como faço isto?

Neles, você encontrará todos os princípios básicos e exercícios para obter um bom desfocado (bokeh) em suas fotos.
Se você tiver uma câmera Reflex, seus problemas estão resolvidos, basta ajustar corretamente as configurações de sua câmera e pronto.

Porém, se você tiver uma câmera compacta, aí as dificuldades começam a aparecer...

As limitações das câmeras compactas


As camerazinhas compactas podem ser muito úteis quando você precisa de um equipamento leve e prático. São fáceis de carregar e não chamam atenção. São ótimas para aquilo que chamamos de instantâneos, ou seja, fotos casuais de nosso dia a dia.

No entanto, quando se trata de fotografia profissional, elas possuem sérias limitações, ou você aprende a conviver com tais limitações, ou sentirá a necessidade de passar para outro nível de equipamentos.

O fato é que não se pode violar as leis da Física, ou seja, você jamais obterá com uma câmera compacta um desfocado (bokeh) como este aqui abaixo.


E muito menos como este outro abaixo, com um foco tão raso que apenas um parte da imagem está nítida.


Inclusive, mesmo com câmeras Reflex, para obter desfocados como os dos exemplos acima, você precisará de lentes específicas, senão, ainda assim, o desfocado não ficará tão legal.

Via de regra, as câmeras compactas possuem aberturas de diafragma pequenas, o que dificulta bastante a obtenção de um bom desfocado.

Além disto, a maioria das camerazinhas compactas não permitem ao fotógrafo nenhum controle manual de abertura de diafragma e velocidade do obturador (às vezes, é possível regular o ISO), ou seja, você tem de se virar com o seu conhecimento sobre fotografia para compensar estas faltas.

Os princípios do desfocado (bokeh)

Como já falamos por aqui algumas vezes e repetiremos agora, um bom desfocado depende de quatro fatores:

1 - abertura máxima de diafragma da lente;
2 - distância focal da lente;
3 - distância entre a câmera e o sujeito fotografado;
4 - distância entre o sujeito e o segundo-plano.

Portanto, as condições ideais para um bom desfocado são a maior abertura de diafragma possível, uma lente longa, fotógrafo próximo do sujeito fotografado e primeiro-plano distante do segundo-plano.
Se você conseguir reunir estes quatro elementos, aumentam muito as chances de um desfocado bonito.

Aplicando estes princípios a uma câmera compacta

Numa câmera compacta, não temos controle sobre a abertura de diafragma, aliás, só temos como saber qual foi a abertura utilizada posteriormente, ao conferirmos as propriedades da foto, ou seja, isto está além do nosso poder.

Geralmente, as câmeras compactas possuem lentes de zoom, começando em grande-angular até telefoto, e isto é uma vantagem.
Além disto, alguns modelos possuem a função macro, para fotografar pequenos objetos. Esta função é muito útil para um bom desfocado, pois nos permite aproximar bastante a câmera do primeiro-plano, como veremos nos exemplos abaixo.

Macro

Esta foto foi tirada a uns 4 centímetros do objeto, usando a função macro. Veja como os prédios ao fundo estão desfocados. Não é um bokeh extraordinário, mas já quebra um galho.

Macro Zoom

Nesta outra foto, utilizamos uma outra função, chamada macro zoom, que nos permite aproximarmos ainda mais do objeto.
Se você ampliar a foto, verá que inclusive a parte dianteira da foto ficou um pouco desfocada também, o que é um efeito muito difícil de se obter com uma câmera compacta.

Telefoto - zoom

Nesta outra sequência, nós nos afastamos do objeto um pouco e demos o zoom máximo na câmera.
Fotografar com lentes telefotos são boas maneiras para se obter bons desfocados, mesmo com câmeras compactas.
Veja como os prédios do fundo ficaram menos nítidos.

Macro zoom

Já nesta foto acima, ainda afastados, usamos a função macro zoom. Neste caso, não há diferenças perceptíveis, inclusive parece até que o desfocado da primeira foto havia ficado melhor.

Zoom + Macro

Por fim, ainda com o zoom no máximo, com a função macro habilitada e chegando o mais perto possível do objeto, fizemso esta última série de fotos, obtendo os melhores desfocados de todos.

Telefoto + Macro zoom

E, nesta última foto, com o zoom no máximo e com a função macro zoom habilitada, conseguimos desfocado no segundo-plano e até um pouco de desfocado em elementos do primeiro-plano.

Foi com esta mesma configuração que tiramos a primeira foto deste artigo, no topo, do inseto: zoom máximo, mais a função macro zoom, chegando bem perto do primeiro-plano.

Conclusão

Não é fácil para se obter um bom desfocado (bokeh) com sua câmera compacta. Você terá de testar muito as configurações possíveis, além de experimentar com o zoom e com as distâncias entre o primeiro e segundo-plano.

Às vezes, será possível obter alguns resultados satisfatórios, porém, se você deseja imagens com desfocados incríveis, talvez esteja na hora de considerar a possibilidade de fazer um upgrade em seu equipamento.

Exercícios práticos

1 - com sua câmera compacta, tire três fotos de um objeto com o segundo-plano distante:

a - bem próximo do objeto fotografado;
b - com o zoom máximo;
c - usando a função macro (se houver).

Conseguiu obter um bom desfocado?

Depois, compartilhe conosco o resultado de seus experimentos em nosso grupo do flickr
http://www.flickr.com/groups/calabocaeclica/


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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Como fotografar raios e relâmpagos?


Na minha opinião, fotografar relâmpagos e raios, principalmente raios, é uma das coisas mais difíceis na fotografia.

Não porque a técnica para isto seja muito complicada, mas porque você não tem como prever quando haverá as condições propícias para este tipo de fotografia.
Você nunca terá 100% de certeza que trovejará e relampejará num dia de chuva e, o que é pior, que você estará num ângulo bom para tirar as fotos.

Tudo dependerá da natureza.

Ajustando sua câmera para fotografar raios e relâmpagos


Os princípios básicos para se fotografar numa situação com relâmpagos e raios são exatamente os mesmos para a fotografia de longa exposição.

Quanto mais tempo você deixar o obturador aberto, mais luz o sensor da câmera capturará, e quanto mais alto estiver o ISO, mais ruído digital aparecerá em sua foto. Tenha sempre em mente estes dois fatores, velocidade do obturador e ISO, numa fotografia noturna.

Além disto, você necessitará de um tripé (ou uma superfície plana para apoiar a câmera) e, se possível, de um disparador remoto.


O disparador remoto é um acessório como o da foto acima, que é encaixado na câmera e com o qual você pode disparar o obturador sem precisar pressionar o botão na câmera.
Além disto, o disparador possui uma trava, assim você pode deixar o obturador aberto por quanto tempo desejar, até horas de for o caso.

Um acessório como este custa baratinho no Ebay, basta fazer a busca por "shutter release" e a marca de sua câmera. No entanto, certifique-se que sua câmera possui uma entrada específica para o disparador, pois nem todos os modelos tem esta entrada.

Além disto, você precisará de lentes específicas para as condições e para a distância da tempestade. Nestas fotos, usei uma lente 200mm, pois a chuva estava bem longe, para lá das montanhas.


Assim como com qualquer outra fotografia de longa exposição, os primeiros quadros serão para testar as configurações da câmera e ter uma noção se a foto ficou com a exposição correta.

Por exemplo, nesta imagem acima, em ISO 100, abertura de diafragma de f/8 e 19 segundos de exposição, uma das primeiras que tirei durante a tempestade, a imagem ficou bastante subexposta.


Já nesta segunda imagem, reduzimos ainda mais a velocidade do obturador, para 30 segundos, aumentamos a abertura para f/4 e subimos o ISO para 400, e a foto ficou bastante superexposta.

Conclusão: a exposição correta estaria em algum meio termo.


Mantendo o ISO e a abertura na mesma configuração, só alteramos a velocidade do obturador para 10 segundos e obtivemos a exposição desejada.

A minha técnica principal para fotografar os raios foi a seguinte:

1 - realizo o foco automático em alguma seção distante e iluminada da imagem, travando o foco em manual, assim a câmera não tentará refocar depois.
2 - em modo Bulb, isto é com o obturador aberto pelo tempo que eu desejar (para isto, tem a trava do disparador remoto), eu disparo a câmera, aguardando os relâmpagos e os raios.
3 - destravo o disparador, fechando o obturador.

Nesta tempestade fotografada, o tempo médio entre os relâmpagos era entre quinze e trinta segundos, ou seja, era o intervalo que eu tinha para abrir o obturador e aguardar.

Eu até recomendaria alguns exercícios práticos, mas raios e relâmpagos são condições tão particulares que não há como prever. Precisar ter sorte (ou azar, na opinião de alguns).

Ah, por favor, se sua câmera não for à prova de d'água, não fique esperando o pé d'água alcançá-lo!

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