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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Quanto mais megapixels melhor, né?

paris-15

Assim que você começa a desbravar o mundo das câmeras digitais, a primeira coisa que um vendedor vai tentar lhe empurrar goela abaixo é uma câmera com a maior resolução possível, ou mais megapixels.

Quase todas as pessoas pensam que quanto mais megapixels uma câmera tiver, melhor ela será, o que é um grande equívoco.

Uma câmera pode ter uma resolução monumental, mas ter, por exemplo, uma qualidade ótica medonha, e isto influenciará muito mais como ficará sua foto do que os megapixels.

Para começar, o que é megapixels?

O pixel é um ponto numa imagem digitalizada e é a menor unidade através da qual uma imagem pode ser representada.

Uma foto tirada por uma câmera digital é uma combinação de pixels, ou seja, destes pequenos pontinhos, que juntos formam a imagem que vemos.

1 megapixel é equivalemente a 1 milhão de pixels, ou seja, é pixel pra caramba!

Quando você olha uma foto como aquela do topo, jamais imaginaria que, no fundo, é apenas um montão de pequenos pontinhos coloridos reunidos.

Para você ter uma ideia, aproximaremos a foto pouco a pouco.

Recorte 1
Pont des Arts, Paris, crop 1

Aproximamos um pouco a imagem, mas como ela foi tirada com uma câmera de 10 megapixels, ainda é possível recortar a fotografia sem perda considerável de resolução.

Recorte 2
Pont des Arts, Paris, crop 2

Neste segundo recorte, podemos perceber uma pequena perda de resolução, mas ainda é uma foto utilizável, seja na internet e talvez até para imprimi-la em 10x15.

Recorte 3
Pont des Arts, Paris, crop 3

Neste recorte já podemos notar uma perda considerável de resolução, os contornos já não são tão definidos e podemos começar a perceber os pontinhos (pixels) da imagem.

Recorte 4

Agora o bicho já começou a pegar pra valer. Há uma grande perda de resolução e os pixels são bastante visíseis.

Recorte 5

Por fim, neste último recorte, temos uma imagem com resolução tão baixa, que mal daria para reconhecer a pessoa na foto.

No entanto, se você reparar o quanto uma imagem de 10 megapixels foi ampliada e até quanto pudemos recortá-la, você perceberá que o desespero por megapixels é infundado.

Para imprimir uma foto no formato tradicional de 10x15, uma câmera de 2 megapixels já é mais do que o suficiente. Você só precisará de maior resolução (mais megapixels) se você precisar imprimir a foto em tamanhos maiores.
A maior vantagem de uma câmera com mais megapixels é o fato de você poder recortar mais a foto, como fizemos acima, ou se você necessitar imprimir em grandes formatos com qualidade de resolução superior.

Se você usa sua câmera apenas postar fotos no Facebook ou para imprimir em formatos pequenos para mostrar aos amigos, você jamais precisará de uma câmera com 65 megapixels (nem de 10 megas, se pararmos para pensar), como algumas câmeras usadas por profissionais de moda.

Pont des Arts, Paris, crop montage

Então, respondendo à pergunta inicial:

"Quanto mais megapixels melhor, né?"

Não necessariamente. São tantos os fatores que influenciam em uma boa foto, sendo o fotógrafo o primeiro deles, que se você tiver uma boa lente e uma câmera antiga com menos megapixels, você poderá obter imagems muito melhores do que várias câmeras modernas com altíssima resolução.

Resolução não é tudo, meus amigos!


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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

História da Fotografia - Parte 1: Os Primórdios


Camera obscura

Por mais que a fotografia, isto é, o processo de se registrar uma imagem numa superfície sensível à luz, seja bastante recente, o princípio da projeção da imagem através de uma abertura criando uma imagem invertida numa superfície já existia há vários séculos.

Os antigos gregos e chineses já haviam desenvolvido camera obcura, mas foi apenas durante o Renascimento (século entre os séculos XIV e XVII) que os artistas e os cientistas passaram a estudar os princípios estéticos e óticos que permitiriam o surgimento da fotografia.

Uma camera obscura nada mais é do que um quarto escuro com um pequeno buraco na parede por onde a luz pode passar e projetar-se numa superfície, como uma tela (ver imagem acima) e era usada para ajudar na hora de esboçar um desenho.
Já a câmera fotográfica é uma versão reduzida de uma camera obscura, com a luz atravessando a lente e projetando-se no fundo da câmera, onde a imagem é registrada, nas câmeras atuais, pelo sensor digital, ou num filme fotográfico.
Mesmo assim, podem existir câmeras fotográficas de todos os tamanhos, desde minúsculas câmeras usadas por espiões, até do tamanho de um ônibus, desde que se respeite estes princípios básicos de ótica.

Nicéphore Niépce e a Heliografia

(Vista da janela em Les Gras, por Nicéphore Niépce)

O inventor francês Nicéphore Niépce é considerado o pai da fotografia. A foto acima é o primeiro registro que sobreviveu de uma paisagem e foi tirada da janela da casa dele, em 1826, utilizando o quarto como uma camera obscura.

Esta técnica foi batizada de Heliografia por Niépce, porque se tratava de uma placa de metal ou vidro coberta com uma camada de betume, que endurecia quando exposta ao sol.
Era um processo lento e que demorava várias horas (a foto acima necessitou de 8 horas de exposição) e criava um positivo fotográfico monocromático, ou seja, uma cópia idêntica em preto e branco da imagem retratada, ao contrário do negativo fotográfico desenvolvido posteriormente, onde as sombras são claras e as áreas iluminadas são escuras.

Ele havia feito vários experimentos anteriores, mas as imagens desapareciam rapidamente e não puderam ser preservadas.

Daguerre e o Daguerreótipo

(Boulevard du Temple, por Louis Daguerre)

Em 1829, Niépce começou uma parceria com Louis Daguerre, que continuou as pesquisas na área de fotografia após da morte de Niépce.

Daguerre aperfeiçoou os métodos para registrar as imagens e descobriu novas técnicas para processar as placas, que permitiam realizar exposições fotográficas em tempo menor.

A foto acima, da movimentadíssima Boulevard du Temple em Paris em 1838, necessitou de pouco mais de dez minutos de exposição, que era muito menos tempo do que a Heliografia de Niépce, mas que era tanto tempo que os carros e as pessoas transitando pela rua não foram registrados.
No entanto, se você observar no canto inferior esquerdo, você pode reparar que há a imagem de um homem engraxando os sapatos de outro e, um pouco mais para a direita, de uma mesa com dois senhores sentados. Foram as únicas pessoas que ficaram paradas o tempo bastante para serem captadas pela exposição fotográfica.

Daguerre, que era um sujeito muito humilde, batizou esta nova técnica de Daguerreótipo, homenageando a si mesmo. De certo modo, este foi o nascimento da fotografia comercial, pois pela primeira vez era possível tirar retratos de pessoas.

(Retrato de Abraham Lincoln, daguerreótipo tirado por Nicholas H. Shepperd em 1846)

O daguerreótipo se tornou bastante popular nos Europa e nos EUA e existem vários retratos de pessoas importantes desta época.
Este processo também cria um positivo fotográfico e a única maneira de se reproduzir um daguerreótipo é fotografando a imagem original com um outro daguerreótipo.

Fox Talbot e o Calótipo

(Vitral na Abadia de Lacock, calotipo por Henry Fox Talbot em 1835)

Enquanto isto, na Inglaterra, Henry Fox Talbot desenvolvia seu próprio processo para registro de imagens, batizado de talbótipo, mas que ficou mais conhecido como calótipo.

(London Street, calotipo tirado por Henry Fox Talbot em 1842)

A vantagem da técnica de Talbot é que o calótipo criava um negativo fotográfico, o que facilitava bastante a reprodução das imagens. No entanto, o calótipo nunca foi tão popular quanto o daguerreótipo, naquela época, por causa de uma batalha de patentes que ocorreu entre Daguerre e Talbot.

Para se usar e fabricar o calótipo, era necessário pagar royalties para Talbot, enquanto que o daguerreótipo era livre do royalties, ou seja, qualquer um no mundo (excetuando na Inglaterra), poderia utilizá-lo sem pagar nada a Daguerre.

Popularização da Fotografia

(Retrato do Czar Nicholas II, da imperatriz Alexandra e da filha Olga, daguerreótipo por Serguei Levitsky)

O nascimento da fotografia causou grande entusiasmo ao redor do mundo. Em Paris, o russo Serguei Levitsky se interessou pelo daguerreótipo, mas as longas exposições o incomodavam, por isto, ele desenvolveu uma maneira mais rápida para focagem e aperfeiçoou as lentes, o que permitiu a redução do tempo em fotografia.

Ao retornar à Rússia, ele retratou a vida da aristocracia e se tornou o principal fotógrafo do país.


(Retrato de Hercules Florence)

No Brasil, o francês Antoine Hercules Romuald Florence desenvolvia experimentos fotográficos independentes, sem conhecimento do que se fazia na Europa. Ele obteve a primeira imagem fotográfica em 1833 e foi quem a batizou de Photographie (Fotografia).

(Retrato de Dom Pedro II)

O Imperador Dom Pedro II foi um grande apaixonado pela fotografia e, aos 15 anos, comprou seu primeiro daguerreótipo em Paris.

(A mais antiga fotografia tirada no Japão, por Ichiko Shiro)

Já no Japão, a nação que se tornaria posteriormente a maior potência tecnológica e a principal fabricante de câmeras fotográficas, o primeiro a utilizar um daguerreótipo foi Ichiko Shiro, em 1849. O equipamento havia sido importado pelo daimiô Shimizu Nariakira, e uma das mais antigas fotografias japonesas registradas é um retrato do próprio daimiô em trajes formais (acima).

(Retrato de Alice Lidell, por Lewis Caroll [pseudônimo de Charles Dogson])

Um dos notórios fotógrafos deste período foi o também escritor Lewis Caroll, autor de "Alice no País das Maravilhas". Ele havia sido iniciado na arte da fotografia em Oxford, em 1856, e era um fotógrafo bastante competente, inclusive mantendo um estúdio, onde fazia vários retratos de crianças, tema que compunha quase 50% de seu portifólio.
Acima, você pode ver um retrato de Alice Lidell, em 1858, a menina que inspirou a personagem do livro.

No entanto, durante estes primeiros anos, a fotografia ainda era uma atividade bastante especializada e apenas disponível para aqueles que pudessem pagar os caros equipamentos e que possuíssem o conhecimento necessário para operar as câmeras e processar o resultado final.

Fontes de referência: Wikipédia e Wikicommons

Ler História da Fotografia Parte 2 - Kodak e a câmera nas mãos das pessoas comuns 


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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Introdução à Fotografia 29 - Conclusão e conselhos aos aprendizes de fotógrafos

Women draining a creek in Kinmen Island, Taiwan

Durante estes últimos meses, apresentamos os princípios básicos da fotografia, técnicas e regras para se obter uma foto melhor e vários exercícios práticos para que qualquer um, seja com uma câmera compacta, seja com uma câmera profissional, possa aprender.

E a prática leva à perfeição, quanto mais você estudar e fotografar, mais confiante você se tornará e melhor serão as suas fotos. É preciso paciência e muita dedicação.

Aqui está o básico, o alicerce para qualquer pessoa interessada em fotografia. Sem este conhecimento básico, você terá muitas dificuldades para avançar neste campo, pois até se pode acertar algumas vezes através da intuição, mas a arte da fotografia está aí há mais de um século e muitas destas técnicas se consagraram desde então.

Chinatown

Isto não quer dizer que você terá de fazer sempre igual a todo o mundo. Recomendamos que você explore as possibilidades, ouse, cometa erros e tente descobrir sua própria linguagem, pois o mais fascinante da fotografia é que, se você entregar a câmera na mãos de 50 pessoas diferentes, você terá 50 fotos diferentes. Cada um vê e interpreta o mundo a seu modo, e também é atraído por diferentes aspectos da realidade, que podem vir a ser retratados através de sua câmera.

Por isto, seja sempre fiel ao seu instinto, ao que você gosta, ao que o atrai. Se você pretende tornar-se um fotógrafo de casamento, estude as técnicas, vá a workshops, aprenda com os melhores e crie um portifólio, e o mesmo vale para qualquer área. No entanto, não se corrompa, não aceite qualquer trabalho apenas por causa do dinheiro. Se você deseja seguir determinado rumo, determinada área da fotografia, invista seu tempo em criar um círculo de relações e aprender sobre o meio. A fotografia deve transparecer sua paixão por aquilo!

Prosseguiremos com outros artigos e outras lições mais avançadas, mas o curso de Introdução à Fotografia deve ser lido do começo ao fim e posto em prática.

O que se segue é uma coleção de pequenos conselhos para o fotógrafo amador ou para quem deseja se tornar um fotógrafo profissional um dia.

1 - leia o manual da sua câmera!
Assim que você comprar a sua câmera, leia o manual do começo ao fim e teste todas as funções da câmera. Você tem de conhecer bem seu equipamento antes de sair tirando fotos por aí, especialmente se você estiver sendo pago por isto.
Isto também vale para os manuais de flashes externos ou de acessórios complicados.

2 - a alça da câmera não é enfeite
Quando estiver usando a sua câmera, ponha a alça ao redor do pescoço. Esta é a sua maior segurança que a câmera não vai cair e se estatelar no chão.

3 - ponha o filtro UV na lente
O filtro UV é usado principalmente para proteger o elemento frontal da lente contra riscos ou sujeira. Use o filtro o tempo todo.

4 - carregar bateria e cartão de memória extra não pesa
Não existe nada pior do que ficar sem bateria no meio de um ensaio fotográfico, ou durante uma viagem. O mesmo vale para o cartão de memória, senão depois você tem de ficar apagando as fotos ruins e pode acabar se livrando de fotos boas sem perceber.

Caminito, Buenos Aires

5 - leve sua câmera consigo o tempo todo
Você nunca sabe quando se deparará com a oportunidade de tirar uma foto interessante. Se você acha ruim carregar sua Reflex o dia inteiro, seja pelo peso, seja por segurança, carregue uma compacta ou um telefone celular com boa câmera.

6 - sempre descarregue sua câmera no fim do dia
Isto evita que você encha um cartão de memória e, quando for utilizar sua câmera, ainda tenha no cartão fotos do dia, da semana ou do mês anterior.

7 - faça backups periódicos de seus arquivos
Não precisa ser histérico e fazer cópias diárias dos arquivos, mas é importante ter uma HD extra para fazer backups ocasionais, particularmente se você fotografa profissionalmente.

Chinatown

8 - tire muitas fotos
Nunca é o bastante. Quanto mais fotos você tirar, maior será o número de fotos boas para você fazer uma triagem depois. Não confie demais no seu talento, pois, às vezes, aquela foto que parece maravilhosa no visor da câmera pode estar um pouco fora de foco ou tremida. Afinal de contas, estamos na era digital e você não precisa ter pena de fotografar.

9 - não entre na paranóia tecnológica do último modelo
As marcas de câmeras lançam vários modelos todos os anos, assim, você nunca estará totalmente atualizado. Uma câmera dura tranquilamente quatro anos ou mais, ou seja, não existe necessidade de ficar trocando de câmera todos os anos. Compre lentes boas e troque o corpo da câmera só quando for necessário.

10 - tamanho nem sempre é documento
Comumente, as câmeras maiores são mais caras e se pode tirar fotos melhores com elas, mas é preciso saber usá-las. Não adianta você ter um trambolho se não estiver disposto a dedicar um tempo para aprender fotografia.
Além disto, existem câmeras para diferentes tipos de fotografia e para diferentes situações, nem sempre uma câmera servirá para todas as circunstâncias.

Intro 12 - Brooklyn Bridge

11 - se for fotografar à noite, um tripé é essencial
Como você necessitará de uma velocidade de obturador lenta, é fundamental ter um tripé para apoiar a câmera, se não quiser que sua foto fique borrada.

12 - escolha os melhores horários do dia para retratos
Se for fotografar uma pessoa, prefira o começo da manhã ou o fim do dia para isto, pois são os melhores horários para a iluminação. Dias nublados também são ótimos para retratos.

13 - passe mais tempo com a câmera na mão do que no computador
O Photoshop pode ser milagroso na hora de se fazer retoques em fotos, mas um fotógrafo prefere passar mais tempo tirando fotos do que arrumando-as. Faça pós-processamento apenas nas melhores fotos do dia.

Parque das Aguas Magicas, Lima, Peru

14 - seja impiedoso. Mostre aos outros somente o melhor do melhor
Eu sei que você ficará tentado a mostrar todas as 300 fotos que você tirou durante sua viagem, mas controle-se. Mostre aos demais apenas as melhores fotos e todos invejarão seu talento fotográfico.

15 - jamais pare de estudar
Você nunca saberá tudo, por isto, jamais convença-se que é bom e que não precisa aprender mais nada. Humildade é a chave para evoluir sempre.

16 - cala a boca e clica!
Pare de ficar falando de megapixels, zoom, câmeras, lentes, marcas, modelos... Simplesmente pegue a sua câmera e vá tirar umas fotos por aí! Fotografar é uma diversão, fará com que você veja o mundo de maneira diferente e preste atenção ao que jamais imaginou.
Cale a boa e clique!

Obrigado pela leitura e continue acompanhando os próximos artigos.

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Cala a boca e clica na mídia - Schmap!!

schmap - igreja ucraniana

Uma das fotos que tirei da igreja ucraniana do East Village, em Nova York, integrou a nona edição do guia online Schmap!!


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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Introdução à Fotografia 28 - Os 2 maiores segredos dos grandes fotógrafos

Stella & Bugz

Durante todas estas lições introdutórias de fotografia, falamos de vários princípios básicos, de técnicas e regras para se obter uma melhor exposição e uma melhor composição.

Este é um percurso necessário e incontornável para quem desejar obter fotos mais interessantes e criativas, no entanto, o que se segue, será revelado por bem poucos profissionais, ou de maneira velada, e é o fator principal que separa os grandes fotógrafos dos medianos.

Tantos os bons fotógrafos quanto os ruins obtém fotos interessantes e fotos medíocres, e isto é inevitável, pois ninguém acerta sempre, contudo, os bons fotógrafos só mostram às outras pessoas suas melhores fotos - apenas os seus acertos, nunca seus erros.

O que se vê comumente por aí, na internet, é um sujeito tirar cinquenta fotos de uma modelo, e mostrá-las todas, inclusive aquelas em que a modelo está de olhos fechados, tirando catota do nariz ou bocejando. O fotógrafo tem a obrigação de, após ter feito uma sessão fotográfica, seja de retratos, seja de objetos ou paisagens, fazer uma triagem das quais são as melhores fotos.
Depois, dentre estas melhores, ele selecionará apenas umas 10 ou 15.
Por fim, para compor seu portifólio, apenas 1 ou 2 fotos, às vezes, nenhuma, se não houver uma foto que se destaque.

O pior erro de um fotógrafo é sair mostrando tudo o que faz, fotos excelentes, medianas e ruins.

Edição

Stella & Bugz serie

Isto se chama "edição", que é a hora em que você vai se sentar diante do computador e analisar, uma por uma, todas as fotos que tirou durante o dia.

Antes de tudo, é fundamental que você tire o maior número possível de fotos de uma pessoa, objeto ou paisagem. Explore todos os ângulos, posições e tipos de iluminação, pois nunca é o bastante.
Quanto mais fotos você tirar, maiores são as chances de haver obtido uma foto excelente ou muito boa.

Depois, você analisará o resultado de seu trabalho e escolherá apenas as melhores fotos para o pós-processamento (no Photoshop, Lightroom ou qualquer outro software de tratamento de imagens).
Por fim, fará uma nova seleção, deixando apenas as melhores das melhores.

São estas fotos, e apenas estas, que você deverá mostrar ao mundo!

Por exemplo, em cada saída com minha câmera, tiro entre 100 e 300 fotos, escolho numa primeira triagem umas 50, só arrumo umas 20, e mostro para as outras pessoas 1 ou 2.
Dentre os vários milhares de fotos que já tirei nestes anos, meu portifólio tem apenas umas 30 fotos, as melhores de todas, as minhas favoritas.

E o que fazer com o restante?

Eu nunca apago foto alguma, nem na câmera nem no computador. Você nunca sabe quando uma foto que nem está tão boa poderá servir para alguma coisa um dia. Às vezes, o que importa só foi capturado numa foto borrada, ou mal enquadrada, ou mal exposta.

Quantidade pode ser qualidade

Times Square

Muita gente fala que "quantidade não é qualidade", no entanto, em fotografia, o raciocínio é o oposto, quanto mais fotos você tirar, mais chances terá de acertar.

Durante todos os anos que passei em Nova York, tirei várias centenas de fotos da Times Square, um dos pontos turísticos mais importantes da cidade, no entanto, todas as vezes que tenho de mostrar uma foto para representar a Times Square, eu escolho a foto acima, pois apresenta tudo que há de interessante nesta região: há os táxis amarelos, os cartazes dos musicais da Broadway, a multidão de pessoas e a sensação de se estar numa metrópole.

Num ensaio para um book, você facilmente poderá tirar umas 300 fotos num intervalo de meia hora, para capturar cada pose, cada expressão e cada troca de roupa.
Num casamento, então, muitos fotógrafos tiram milhares de fotos, para selecionarem apenas algumas dezenas para o álbum dos noivos.
Fotógrafos de esportes geralmente utilizam suas câmeras com função de vários quadros por segundo ligada porque, às vezes, basta uma fração de segundo para se perder um lance, um gol, uma cesta ou alguma jogada importante.
Numa viagem, você deve se esforçar para tirar o maior número possível de fotos, dos locais, das atrações turísticas, das moradores locais, da sua família e de aspectos curiosos, como comida, cartazes e coisas estranhas. Tudo isto o ajudará a ambientar melhor o que você fez e viu, revelando melhor a sua experiência.

Na fotografia, quantidade pode ser qualidade, desde que seja acompanhada de uma boa edição, na qual você fará uma seleção criteriosa do que merece atenção daquilo que deve ser posto de lado.

Portanto, os dois maiores segredos dos fotógrafos são:

1 - tirar um montão de fotos: quanto mais, melhor;

2 - editar: fazer uma seleção rigorosa do que merece ser visto pelos outros, 1 ou 2 fotos, e só!

Exerícios práticos

1 - escolha um sujeito para ser fotografado, não importa se é uma pessoa, objeto ou paisagem:

a - tire o maior número possível de fotos deste mesmo sujeito, no mínimo umas 36 fotos, utilizando vários pontos de vista, poses, tipos de iluminação, etc.;

b - depois, no computador, analise todas as fotos que tirou e escolha apenas duas, as que você considera as melhores.

2 - Procure por fotos de grandes fotógrafos e reflita sobre o quão difícil deve ter sido para eles conseguir aquela imagem, e quantas fotos deve ter sido necessárias para obtê-las.

Por fim, compartilhe conosco suas dúvidas, conclusões e comentários, e participe do nosso grupo no flickr.

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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Introdução à Fotografia 27 - Composição: Quebrando as regras

Dragonfly
(1/125 f/1.8 ISO 50, foto tirada sem nenhuma regra específica em mente, talvez usando linhas e formas. Foto: http://www.flickr.com/photos/henrybugalho/4078599453/)

A fotografia se assenta sobre alguns dos mesmos princípios das demais formas de Arte e, além dos princípios técnicos sobre os quais já falamos - ISOvelocidade do obturadorabertura de diafragmadistância focal -, um dos maiores segredos de uma boa foto é como os elementos de um quadro estão dispostos, o que chamamos de composição.

Existem várias técnicas de composição, e mais de uma pode estar presente numa foto.

Quebrando as Regras

Poster

Nestes últimos meses, falamos de várias regrinhas e técnicas de composição para se obter uma foto melhor. Algumas são muito conhecidas e repetidas por todos os cursos de fotografia por aí, como a Regra dos Terços, Contraste, Ponto de Vista ou Recorte (Cropping), outras já não são tão conhecidas ou até controversas, como a Regra dos Ímpares ou Ritmo.

Tantas técnicas ou regras podem confundir o fotógrafo iniciante.

- Terei de pensar em todas estas coisas antes de tirar uma foto? - você deve ter se perguntado ao longo deste curso.
A resposta é "sim" e "não".

Token

A princípio, você terá pensar e utilizar conscientemente estas regras. Terá de testá-las, terá de dizer para si mesmo: "hoje vou utilizar a Regra dos Terços", ou "hoje vou tentar tirar uma foto com Espaço Negativo", e assim por diante, pois será apenas através da repetição que você aprenderá a utilizar tais técnicas.

No entanto, com o tempo e com a prática, todas estas técnicas e princípios se tornarão intuitivos e você saberá criar uma bela composição sem precisar pensar muito. Bastará você ver uma cena e, no ato, já saberá se será uma foto bonita ou não.

E, depois de um tempo, você também começará a perceber que todas estas regras e técnicas tem um limite, que não bastam para expressar certas ideias, para capturar certos momentos ou sentimentos.
É neste momento em que você sentirá a necessidade de quebrar as regras e criar algo diferente.

No entanto, para quebrar as regras, você precisa conhecê-las antes.

Moishe's Bakery
(1/50 f/3.2 ISO 50, quebrando a Regra do Espaço. Foto: http://www.flickr.com/photos/henrybugalho/4081476935/)

Fazer como todo mundo faz é a fórmula certa para uma fotografia sem personalidade, plana e monótona.
Alguns pontos de vista, alguns estilos de composição, algumas poses, são usadas por muitos fotógrafos de tal modo que, ao compará-las, você não saberia distinguir quem tirou aquela foto.

O diferencial está em somar todas as técnicas ensinadas, praticá-las e, no meio delas, encontrar sua própria voz e seu próprio estilo, transgredir e experimentar. A fotografia pode ser o maior mais belo e incrível para você mostrar que você é e o que você sente ou pensa.

Reflexo - poça

Ao experimentar e brincar com as regras, você revela sua criatividade e que consegue ir muito além do óbvio, mas, para isto, você também tem de começar a prestar atenção aos detalhes, ao que ninguém mais vê ou dá importância, ao que está escondido, ou ao que somente você se

Arriscando-se, você tirará muita foto ruim ou ridícula, mas o importante é que você não mostre os experimentos ruins aos outros, apenas o que deu certo, que tudo ficará bem.

É esta habilidade entre utilizar as técnicas e as regras e rompê-las que diferencia grandes fotógrafos dos demais.

Por isto, arrisque-se! Experimente! Crie!

Exercícios práticos

1 - após ter posto em prática todas as técnicas e regras de composição apresentadas neste curso, tente ser inovador, criativo e tirar uma foto diferente de qualquer uma que você já tenha tirado ou visto por aí.

2 - depois, compartilhe conosco o resultado de seus experimentos, e não deixe de expôr suas dúvidas, comentários ou conclusões.

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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Introdução à Fotografia 26 - Composição: Enquadramento (Framing)

Grand Central, New York

A fotografia se assenta sobre alguns dos mesmos princípios das demais formas de Arte e, além dos princípios técnicos sobre os quais já falamos - ISOvelocidade do obturadorabertura de diafragmadistância focal -, um dos maiores segredos de uma boa foto é como os elementos de um quadro estão dispostos, o que chamamos de composição.

Existem várias técnicas de composição, e mais de uma pode estar presente numa foto.

Enquadramento (Framing)

Reflection on a pool, Fifth Ave, NYC

Esta é uma das técnicas de composição mais básicas e uma das mais simples de ser aplicada. Basicamente, o enquadramento (framing) é criar um quadro dentro de outro quadro.

Cusco, vista para a Plaza de Armas

Para tanto, você utilizará elementos da própria imagem, como pilares, árvores, muros, portas, janelas, pessoas, para delimitar o campo de visão de uma foto e conduzir ao tema.

South Seaport

Este é um dos casos nos quais centralizar o tema não é tão problemático, pois o enquadramento já serve para destacá-lo, ao restringir a área da imagem.

Nas fotos acima, vemos diferentes tipos de enquadramento.
Na primeira, a porta de entrada da estação de trem e o jogo de luz e sombras reforça a presença das pessoas que entram e saem pela porta.

Na segunda, temos um reflexo numa poça. Os limites da poça realizam o enquadramento, criando um ar misterioso e até absurdo, como se houvesse uma fenda no chão por onde passa a mulher.

Na terceira, vemos a praça principal de Cusco através das janelas de um prédio e, neste caso, é o jogo de cores que torna a imagem mais interessante.

E na quarta foto, há novamente o contraste entre o primeiro e o segundo plano. As sombras atuam como um quadro, salientando as silhuetas e os edifícios iluminados atrás.

Dog park on East Village, New York

Já nesta foto do cão correndo pelo parque, são as pernas das pessoas que compõem o enquadramento e destacam o cachorro, ao mesmo tempo em que o olhar do animal nos conduz a uma cena que não podemos ver, ou seja, a parte superior dos corpos das pessoas.

Exercícios práticos

1 - tente criar situações de enquadramento (framing), utilizando:

a - janelas e portas;
b - árvores;
c - pessoas;
d - objetos quaisquer.

2 - observe fotos de outros fotógrafos e tente perceber o uso do enquadramento. É uma técnica comum de composição?

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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Introdução à Fotografia 25 - Composição: Profundidade de Campo e Bokeh

Stella

A fotografia se assenta sobre alguns dos mesmos princípios das demais formas de Arte e, além dos princípios técnicos sobre os quais já falamos - ISOvelocidade do obturadorabertura de diafragmadistância focal -, um dos maiores segredos de uma boa foto é como os elementos de um quadro estão dispostos, o que chamamos de composição.

Existem várias técnicas de composição, e mais de uma pode estar presente numa foto.

Profundidade de Campo

Astor Place Station

Como já dissemos, a variação na profundidade de campo, isto é, na quantidade de elementos de uma imagem que estão em foco, depende de quatro fatores: abertura de diafragma, distância focal da lente e a proximidade entre a câmera e o objeto, e entre o objeto e o segundo plano.

Além de ser um aspecto técnico da fotografia, é também uma técnica de composição, pois a utilização de um foco raso (com poucos elementos nítidos) ou de um foco profundo (com muitos elementos nítidos) pode alterar muito a percepção de uma imagem.

Foco profundo

Chinese New Year in New York

Quando você for fotografar paisagens, ou desejar mostrar nitidamente tanto o primeiro quanto o segundo plano, você optará por um foco profundo, e isto implica em:
1 - uma abertura de diafragma pequena (f/11, por exemplo),
2 - uma lente grande-angular,
3 - uma distância grande entre a câmera e o primeiro plano
e/ou
4 - uma distância pequena entre o primeiro e o segundo plano.

Verão no parque

A escolha por um foco profundo é importante quando você estiver fotografando um cenário com várias pessoas em diferentes planos e você queira que todas elas estejam em foco, como na imagem acima, das pessoas tomando sol no parque.

Foco raso

Metropolitan Museum

No entanto, se você quiser isolar um elemento, ou parte de um elemento, deixando nítido, mas todo o resto desfocado, você optará por um foco raso. Para tanto, você terá de cumprir as seguintes exigências:
1 - uma abertura de diafragma grande (f/1.8, por exemplo),
2 - uma lente telefoto,
3 - uma distância pequena entre a câmera e o primeiro plano,
e/ou
4 - uma distância grande entre o primeiro e o segundo plano.

Metropolitan Museum

A possibilidade de se utilizar lentes com grandes aberturas talvez seja um dos maiores diferenciais para se comprar uma câmera Reflex, pois geralmente as lentes de câmeras compactas não possuem aberturas grandes e não permitem a criação de imagens com pouca profundidade de campo.

Este tipo de foco raso é particularmente eficaz, pois permite ao fotógrafo isolar apenas o que ele deseja mostrar com nitidez, como na foto acima do baixo-relevo egípcio, onde apenas parte da imagem está em foco.

Bokeh

Model Portrait
(1/500 f/5 ISO 200. Foto por Denise Nappi: http://www.flickr.com/photos/henrybugalho/5673142760/)

Bokeh é um termo utilizado para designar o desfocado fora da área da profundidade de campo, como o segundo plano do retrato acima.
Este tipo de desfocado é muito utilizado em retratos, pois destaca o sujeito e cria uma sensação de tridimensionalidade.

maosdevaca1
(1/250 f/1.8 ISO 400. Foto por Gabriel Simão: http://www.flickr.com/photos/henrybugalho/6209034839/)

A qualidade do bokeh dependerá muito também da qualidade da lente e da distância focal. Telefotos costumam criar desfocados muito mais agradáveis de que lentes mais curtas, mesmo com aberturas de diafragma pequenas.

Você até pode fazer o desfocado posteriormente, no Photoshop ou em algum outro editor de imagens, mas é muito mais simples e mais bonito conseguir um bokeh na hora em que se tira a foto.

Exercícios práticos

1 - tire fotos com diferentes profundidades de campo de paisagens, pessoas e objetos:
a - com aberturas de diafragma grande (f/3.5 ou maiores)
b - com aberturas de diafragma pequenas (f/8 ou menores)

É possível perceber a variação de áreas nítidas e desfocadas nestas fotos?

2 - tire fotos de um único objeto ou pessoa:
a - tentando desfocar o segundo plano;
b - tentando deixar o segundo plano nítido.

Conseguiu ou está tendo dificuldades?

E não deixe de compartilhar conosco suas dúvidas, conclusões e comentários.

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A melhor referência para quem deseja aprender a tirar fotos melhores.