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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

História da Fotografia - Parte 1: Os Primórdios


Camera obscura

Por mais que a fotografia, isto é, o processo de se registrar uma imagem numa superfície sensível à luz, seja bastante recente, o princípio da projeção da imagem através de uma abertura criando uma imagem invertida numa superfície já existia há vários séculos.

Os antigos gregos e chineses já haviam desenvolvido camera obcura, mas foi apenas durante o Renascimento (século entre os séculos XIV e XVII) que os artistas e os cientistas passaram a estudar os princípios estéticos e óticos que permitiriam o surgimento da fotografia.

Uma camera obscura nada mais é do que um quarto escuro com um pequeno buraco na parede por onde a luz pode passar e projetar-se numa superfície, como uma tela (ver imagem acima) e era usada para ajudar na hora de esboçar um desenho.
Já a câmera fotográfica é uma versão reduzida de uma camera obscura, com a luz atravessando a lente e projetando-se no fundo da câmera, onde a imagem é registrada, nas câmeras atuais, pelo sensor digital, ou num filme fotográfico.
Mesmo assim, podem existir câmeras fotográficas de todos os tamanhos, desde minúsculas câmeras usadas por espiões, até do tamanho de um ônibus, desde que se respeite estes princípios básicos de ótica.

Nicéphore Niépce e a Heliografia

(Vista da janela em Les Gras, por Nicéphore Niépce)

O inventor francês Nicéphore Niépce é considerado o pai da fotografia. A foto acima é o primeiro registro que sobreviveu de uma paisagem e foi tirada da janela da casa dele, em 1826, utilizando o quarto como uma camera obscura.

Esta técnica foi batizada de Heliografia por Niépce, porque se tratava de uma placa de metal ou vidro coberta com uma camada de betume, que endurecia quando exposta ao sol.
Era um processo lento e que demorava várias horas (a foto acima necessitou de 8 horas de exposição) e criava um positivo fotográfico monocromático, ou seja, uma cópia idêntica em preto e branco da imagem retratada, ao contrário do negativo fotográfico desenvolvido posteriormente, onde as sombras são claras e as áreas iluminadas são escuras.

Ele havia feito vários experimentos anteriores, mas as imagens desapareciam rapidamente e não puderam ser preservadas.

Daguerre e o Daguerreótipo

(Boulevard du Temple, por Louis Daguerre)

Em 1829, Niépce começou uma parceria com Louis Daguerre, que continuou as pesquisas na área de fotografia após da morte de Niépce.

Daguerre aperfeiçoou os métodos para registrar as imagens e descobriu novas técnicas para processar as placas, que permitiam realizar exposições fotográficas em tempo menor.

A foto acima, da movimentadíssima Boulevard du Temple em Paris em 1838, necessitou de pouco mais de dez minutos de exposição, que era muito menos tempo do que a Heliografia de Niépce, mas que era tanto tempo que os carros e as pessoas transitando pela rua não foram registrados.
No entanto, se você observar no canto inferior esquerdo, você pode reparar que há a imagem de um homem engraxando os sapatos de outro e, um pouco mais para a direita, de uma mesa com dois senhores sentados. Foram as únicas pessoas que ficaram paradas o tempo bastante para serem captadas pela exposição fotográfica.

Daguerre, que era um sujeito muito humilde, batizou esta nova técnica de Daguerreótipo, homenageando a si mesmo. De certo modo, este foi o nascimento da fotografia comercial, pois pela primeira vez era possível tirar retratos de pessoas.

(Retrato de Abraham Lincoln, daguerreótipo tirado por Nicholas H. Shepperd em 1846)

O daguerreótipo se tornou bastante popular nos Europa e nos EUA e existem vários retratos de pessoas importantes desta época.
Este processo também cria um positivo fotográfico e a única maneira de se reproduzir um daguerreótipo é fotografando a imagem original com um outro daguerreótipo.

Fox Talbot e o Calótipo

(Vitral na Abadia de Lacock, calotipo por Henry Fox Talbot em 1835)

Enquanto isto, na Inglaterra, Henry Fox Talbot desenvolvia seu próprio processo para registro de imagens, batizado de talbótipo, mas que ficou mais conhecido como calótipo.

(London Street, calotipo tirado por Henry Fox Talbot em 1842)

A vantagem da técnica de Talbot é que o calótipo criava um negativo fotográfico, o que facilitava bastante a reprodução das imagens. No entanto, o calótipo nunca foi tão popular quanto o daguerreótipo, naquela época, por causa de uma batalha de patentes que ocorreu entre Daguerre e Talbot.

Para se usar e fabricar o calótipo, era necessário pagar royalties para Talbot, enquanto que o daguerreótipo era livre do royalties, ou seja, qualquer um no mundo (excetuando na Inglaterra), poderia utilizá-lo sem pagar nada a Daguerre.

Popularização da Fotografia

(Retrato do Czar Nicholas II, da imperatriz Alexandra e da filha Olga, daguerreótipo por Serguei Levitsky)

O nascimento da fotografia causou grande entusiasmo ao redor do mundo. Em Paris, o russo Serguei Levitsky se interessou pelo daguerreótipo, mas as longas exposições o incomodavam, por isto, ele desenvolveu uma maneira mais rápida para focagem e aperfeiçoou as lentes, o que permitiu a redução do tempo em fotografia.

Ao retornar à Rússia, ele retratou a vida da aristocracia e se tornou o principal fotógrafo do país.


(Retrato de Hercules Florence)

No Brasil, o francês Antoine Hercules Romuald Florence desenvolvia experimentos fotográficos independentes, sem conhecimento do que se fazia na Europa. Ele obteve a primeira imagem fotográfica em 1833 e foi quem a batizou de Photographie (Fotografia).

(Retrato de Dom Pedro II)

O Imperador Dom Pedro II foi um grande apaixonado pela fotografia e, aos 15 anos, comprou seu primeiro daguerreótipo em Paris.

(A mais antiga fotografia tirada no Japão, por Ichiko Shiro)

Já no Japão, a nação que se tornaria posteriormente a maior potência tecnológica e a principal fabricante de câmeras fotográficas, o primeiro a utilizar um daguerreótipo foi Ichiko Shiro, em 1849. O equipamento havia sido importado pelo daimiô Shimizu Nariakira, e uma das mais antigas fotografias japonesas registradas é um retrato do próprio daimiô em trajes formais (acima).

(Retrato de Alice Lidell, por Lewis Caroll [pseudônimo de Charles Dogson])

Um dos notórios fotógrafos deste período foi o também escritor Lewis Caroll, autor de "Alice no País das Maravilhas". Ele havia sido iniciado na arte da fotografia em Oxford, em 1856, e era um fotógrafo bastante competente, inclusive mantendo um estúdio, onde fazia vários retratos de crianças, tema que compunha quase 50% de seu portifólio.
Acima, você pode ver um retrato de Alice Lidell, em 1858, a menina que inspirou a personagem do livro.

No entanto, durante estes primeiros anos, a fotografia ainda era uma atividade bastante especializada e apenas disponível para aqueles que pudessem pagar os caros equipamentos e que possuíssem o conhecimento necessário para operar as câmeras e processar o resultado final.

Fontes de referência: Wikipédia e Wikicommons

Ler História da Fotografia Parte 2 - Kodak e a câmera nas mãos das pessoas comuns 


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