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quinta-feira, 31 de maio de 2012

O que é crop factor e qual é o efeito dele em suas fotos?


Crop factor, ou fator de multiplicação, é um termo usado para designar a proporção da área da imagem em relação ao formato de referência, isto é, 35mm, que era o formato usado por muitas câmeras de filme.

Crop factor de 1, ou full frame, significa que a área da imagem é igual a de uma câmera 35mm, enquanto que um crop factor de 1.6 significa que a área da imagem é menor, quer dizer, o campo de visão de sua câmera será reduzido (foto acima, em vermelho área de uma câmera 35mm, em azul, área com crop factor).

Minha câmera é full frame (35mm) ou "cropada"?

Se você está se fazendo esta pergunta e você tem uma câmera digital, então é muito provável que o sensor de sua câmera tenha algum tipo de crop factor, ou a expressão horrorosa que vejo muitos usando, ela é "cropada"...

Câmeras full frame, ou com sensores com proporção equivalente à câmeras 35mm, são caríssimas, geralmente para uso profissional, e são poucos os amadores que podem se dar o luxo de carregar uma por aí.

Se você tem uma Reflex introdutória, você deve ter uma câmera com crop factor de 1.6 ou de 1.5, que são os formatos mais usados pela Canon e Nikon.

Alguns modelos podem possuir crop factor de 1.3, mas são mais incomuns.

câmeras compactas possuem outras proporções, como crop factor de 2 ou superior, ou seja, a área da imagem é ainda inferior.

E como isto me afeta na prática?

Depois de todo este blablablá teórico, o que importa é como isto vai afetar suas fotos na prática, então, para isto, apresentaremos três exemplos.

Tenho duas câmeras com crop factors diferentes, uma de 1.3 e outra de 1.6. Apesar de ser uma diferença pequena no campo da imagem, você poderá perceber claramente o efeito nas fotos, e poderá imaginar como este efeito seria ainda maior entre um crop factor de 1.6 para uma câmera full frame.

Na prática, o crop factor aumentará a distância focal de sua lente, e é por isto que também é conhecido como fator de multiplicação, pois você deverá multiplicar o valor do crop factor pela distância focal da lente.
Por exemplo, se você tem uma lente 50mm (isto é, equivalente a 50mm numa câmera full frame), para saber a distância focal real em sua câmera "cropada", você deverá multiplicar o crop factor pela distância focal.

50mm x 1.6 = 80mm

Neste exemplo, a sua lente de 50mm equivalerá, num sensor com crop factor de 1.6, a uma lente de 80mm, ou seja, de uma lente normal ela passará a uma telefoto.

Veja as comparações abaixo:

(clique na imagem para ampliá-la)

Aqui, há duas fotos com crop factor diferentes usando uma lente 17mm. Na primeira foto, com crop factor de 1.3, a lente de 17mm equivale a uma de 22mm, enquanto na segunda, com crop de 1.6, equivale a 27mm.
Repare como o campo da segunda imagem é um pouco reduzido em relação à primeira.

(clique na imagem para ampliá-la)

Já nesta segunda comparação, temos duas fotos tiradas com uma lente de 70mm. Em crop 1.3, equivale a 91mm, e em 1.6 a 112mm.

(clique na imagem para ampliá-la)

Por fim, nesta última comparação, temos uma lente de 300mm, que em 1.3 corresponde a 390mm, e em 1.6 a 480mm.

Como o crop factor pode ajudá-lo ou atrapalhá-lo?

Uma câmera com crop factor pode atuar a seu favor ou contra, dependendo da situação na qual você se encontra.

Se você necessita do maior ângulo possível de uma imagem, com uma lente grande-angular ou fisheye, você obterá os melhores resultados com câmeras full frame, ou com crop factor menores.

No entanto, se você estiver fotografando objetos distantes com lentes telefoto, um crop factor maior expandirá o alcance de sua lente, aumentando a distância focal. Por exemplo, se você tem uma lente de 500mm com crop factor de 1.6, sua lente equivalerá a uma lente de 800mm, o que é bastante!

E jamais se esqueça que, quando estiver fotografando em Modo Manual sem tripé, a velocidade do obturador mínima deve equivaler à distância focal da lente, para evitar que a foto fique borrada. Isto é, com uma lente de 70mm em full frame, a velocidade mínima deve ser de 1/70, mas se for uma 70mm em crop de 1.6, a velocidade mínima deverá ser de 1/100.

Outro efeito do crop factor é o aumento da profundidade de campo da imagem, ou seja, você obterá um desfocado com grandes aberturas muito mais evidente em câmeras full frame do que em sensores com crop factor.


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sábado, 26 de maio de 2012

6 razões para você incluir uma 50mm em seu kit de lentes


Se você já está fotografando há algum tempo, ou começou a pesquisar agora sobre equipamentos, então deve ter ouvido bastante sobre as lentes 50mm com grandes aberturas (por exemplo, a de f/1.8), pequenas para carregar e que aparentemente são capazes de fazer milagres.

Antes de tudo, nenhum equipamento tirará a foto por você. Se você não souber utilizá-lo, suas fotos não serão tão boas quanto poderiam. Para isto, é necessário estudo e muitas horas de prática.

Mesmo assim, as lentes 50mm são excepcionais, costumam ter preços razoáveis e, quando bem usadas, poderão criar imagens inesquecíveis.

Seguem 6 razões para você comprar uma 50mm:

1 - são lentes rápidas


Quando alguém diz que uma lente é "rápida", provavelmente ele está querendo dizer que é uma lente "clara", ou seja, com grandes aberturas e que desempenham bem em situações de baixa luminosidade.

Na verdade, as 50mm estão entre as lentes mais rápidas já fabricadas, pois dificilmente você encontrá outras lentes com aberturas de diafragma superiores a f/1.2.
A Canon fabricou as raras lentes de f/1, e recentemente vi uma lente de f/0.8 e alguma coisa, mas, sinceramente, uma lente f/1.8 é rápida o bastante para a maioria das situações normais que você encontrará.


Para festas, à noite, em museus e outras situações em ambientes fechados, uma 50mm é uma mão na roda, apesar de ser uma lente um pouco longa (considerada uma telefoto curta em câmeras com crop factor) para fotografar grupos em espaços apertados.

2 - a pouca profundidade de campo é incrível


Sabe aquelas fotos onde somente um ponto está em foco, e todo o resto está desfocado?

Não é com qualquer lente que você conseguirá obter este efeito. Se você já leu os artigos sobre profundidade de campo, então sabe que um dos fatores para obter este desfocado é a abertura de diafragma da lente: quanto maior for a abertura, menos elementos estarão em foco.


E, neste caso, com a 50mm, você tem uma baita abertura!

3 - são ótimas para retratos

(Lente 50mm, mais flash remoto e refletor, 1/100 f/13 ISO 200, por Denise Nappi: http://www.flickr.com/photos/henrybugalho/6989495588/)

Habitualmente, as melhores lentes para retratos são as telefotos e, como a 50mm acaba se tornando uma telefoto em câmeras com crop factor (mas é uma lente normal em full frame), acaba cumprindo bem o papel para retratos, ou para fotos de corpo inteiro.




Outro motivo que faz com que a 50mm se destaque neste gênero é o bokeh extraordinário que se pode obter com ela, novamente uma consequência da grande abertura de diafragma.
No entanto, em retrato, não se recomenda fotografar perto demais do retratado, ou com a abertura máxima, pois, nestas situações, como a profundidade de campo é muito rasa, você pode acabar tendo um nariz, ou a boca, ou as orelhas fora de foco, o que comumente não é desejável.

4 - são lentes pequenas e leves

A grande vantagem das câmeras Reflex é que você pode trocar de lentes e ter uma enorme versatilidade.


Todavia, este é também um dos problemas das Reflex, pois se você tiver várias lentes com várias distâncias focais ou para objetivos diversos, terá de carregá-las todas numa viagem ou num trabalho, além de perder tempo valioso parando para trocar de lente quando necessário.

Neste sentido, a 50mm é ótima, pois é uma lente pequena e leve, que mal ocupa espaço na sua mochila. E, quando está na câmera, é discreta, sem chamar muita atenção.
Uma lente 50mm numa Reflex introdutória é tão prática que você mal sentirá que está carregando uma câmera.

5 - você será obrigado a treinar o olhar


Por ser uma lente fixa, isto é, sem zoom, você será obrigado a pensar um pouco antes de tirar a foto.

Lentes de zoom são muito versáteis, facilitando bastante a vida do fotógrafo em várias circunstâncias. No entanto, também pode deixar o fotógrafo preguiçoso e acomodado.


Com uma lente fixa, você terá se deslocar para obter o melhor ângulo, para afastar-se ou aproximar-se do tema fotografado, pois, às vezes, você estará perto demais, e outras longe demais. Sem zoom, você terá de usar suas pernas e isto é ótimo, pois caminhando à procura pela foto ideal você também acabará encontrando novas oportunidades para boas imagens.

(1/250 f/1.8 ISO 400, com flash externo, por Gabriel Simão: http://www.flickr.com/photos/henrybugalho/6209034839/)

Além disto, depois que você se habituar a uma lente fixa, você já saberá de antemão como ficará a foto, ou se vale a pena ou não tentar capturar aquela imagem, sem nem precisar olhar no visor. E esta é a meta de quase todo fotógrafo: fotografar naturalmente, como se seu equipamento fosse uma extensão de seu próprio olho.

Só lembrando que um dos maiores fotógrafos da História, Henri Cartier-Bresson, fotografou praticamente durante toda a carreira dele apenas com uma lente 50mm na câmera.

6 - são baratas, pela qualidade ótica que possuem


Você dificilmente encontrará lentes tão boas pelo mesmo preço de uma 50mm.

Para você ter uma ideia, uma 50mm f/1.8 custa pouco mais de 100 dólares, o que é uma barganha se você vir as fotos que podem ser obtidas com ela.

Na linha de lentes da Canon existem três tipos de lentes 50mm com grandes aberturas, com f/1.8, f/1.4 e f/1.2, cada uma com preços bastante diferentes.
Quanto você pagará por uma lente destas dependerá, principalmente, de quão bem construída a lente é. A 50mm f/1.8 é de plástico, com o disco de foco manual bastante estreito e pouco prático, e talvez não aguente uma cacetadinha ocasional na parede.
Já a f/1.4 é um pouco mais bem feita, mas custa quase 400 dólares.
Por fim, a f/1.2 é um assalto à mão armada, custando mais de 1500 dólares, mas pertence à melhor série de lentes da Canon, com construção exemplar, à prova de clima.

Além disto, você pode ainda conferir a 50mm f/1.4 da Carl Zeiss, com preço acima de 600 dólares, com foco manual, mas que é uma das melhores lentes que você poderia comprar para sua câmera.

A Nikon também possui sua gradação de lentes 50mm, que também são a alegria de muitos fotógrafos.

E qual 50mm devo comprar?


Se você ficou tentado a comprar uma lente 50mm, mas ainda está na dúvida o quanto deve investir, a minha recomendação é ir numa 50mm f/1.8, a princípio.

Primeiro, porque é uma lente baratíssima. Se você comprar e acabar não usando (o que acho difícil), não terá sido um investimento muito grande. A qualidade ótica é muito boa e você não terá motivos para se arrepender. Durante anos fotografei com uma f/1.8 e algumas das minhas melhores fotos foram tiradas com esta lente.

Depois, se você realmente se empolgar com a 50mm e decidir que será uma das suas lentes principais, você facilmente conseguirá vender a f/1.8 e poderá passar para a f/1.4, mais durável.

Agora, se você puder pagar a 50mm f/1.2 L, por que não?

Se você já tem uma 50mm?

E se você já tem uma lente 50mm, então junte-se ao nosso grupo do flickr e compartilhe consoco as fotos que você já conseguiu tirar com a sua cinquentinha

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terça-feira, 8 de maio de 2012

Fotos panorâmicas com sua câmera Reflex, saiba como fazer

(Foto panorâmica com 4 fotos, clique nela para ampliá-la: http://www.flickr.com/photos/henrybugalho/7158509596/)

Você chega diante de uma paisagem belíssima, daquelas de cair o queixo, mas parece que todo aquele cenário não cabe na sua câmera.

Qual é a solução?

Uma foto panorâmica!

E o que é uma foto panorâmica?

Esta é a combinação de duas ou mais fotos que, ao juntá-las, formam um panorama maior do que o nosso campo de visão habitual, e também maior do que o da própria lente da sua câmera.

Em algumas câmeras compactas, há um assistente para este tipo de fotos e depois é só uní-las em algum programa de edição de imagens, como o Photoshop.

A foto pseudopanorâmica

(um exemplo de foto pseudopanorâmica: http://www.flickr.com/photos/henrybugalho/7158493022/)

Um truquezinho barato e fácil para criar uma foto (pseudo) panorâmica é pegar uma foto tirada com uma lente grande-angular e recortá-la num formato que lembre as fotos panorâmicas.


Neste caso, pegamos a foto acima e recortamos no Photoshop um retângulo somente na região do horizonte.

O problema deste tipo de recorte é que haverá uma perda de resolução na imagem, o que não ocorre nas fotos panorâmicas de fato.

Como tirar fotos panorâmicas?


(fotos tiradas com uma lente 50mm)

Antes de tudo, o ideal é ter um tripé, ou uma superfície plana onde você possa apoiar sua câmera.

A distância focal de sua lente, ou o zoom, determinará o número de fotos que você precisará tirar da paisagem para cobrir toda a região desejada. Na foto acima, foram necessárias 4 fotos com uma lente de 50mm.

(as 4 fotos originais, antes do pós-processamento: http://www.flickr.com/photos/henrybugalho/7158497236/)

Se você reparar bem, eu deixei uma região a mais nas fotos para a superposição, ou seja, quando eu for montá-las no Photoshop, haverá uma margem comum entre as duas fotos adjacentes para que possamos ajustá-las bem e, depois, será nesta região que faremos a "costura" das imagens.

(foto panorâmica com 9 fotos, clique nela para ampliá-la: http://www.flickr.com/photos/henrybugalho/7158507128/)

Já nesta outra foto panorâmica, eu exagerei um pouco e fiz uma montagem com 9 fotos, com uma lente em 104mm. Somente ampliando para se ter uma noção de quão grande ela ficou.


O melhor é ajustar a câmera em Modo Manual, focar em algum ponto interessante do cenário e travar o foco mudando de Automático para Manual, depois não mexer mais nas configurações da câmera.

Através do visor ótico ou do digital, você deve observar algum ponto de referência no cenário, uma construção, nuvem, rocha ou árvore, para lhe servir de orientação na hora de mover a câmera para a segunda foto, e fazer isto para cada um dos quadros. Eu recomendo fotos panorâmicas variando de 3 a 5 fotos.

Depois de tiradas as fotos, é hora de passar para a edição das imagens.

Ajustando e costurando a foto panorâmica

Ajustes
Todas estas fotos foram tiradas em .RAW e trabalhadas inicialmente no Adobe Lightroom, onde eu fiz as correções de brilho (brightness), contraste (contrast) e saturação (saturation) na primeira foto. Depois,  clicando com o botão esquerdo do mouse, eu copiei as configurações em Settings/Copy Settings.
E marcando todas as demais fotos que comporão sua foto panorâmica, basta clicar com o botão esquerdo do mouse sobre elas e em Settings/Paste Settings, você colará os mesmos ajutes em todas elas, deixando-as com as correções iguais.

Outra opção é deixar para ajustar a foto quando ela já houver sido costurada no Photoshop.

Costura
Abra o Photoshop e crie um novo arquivo em File/New, quando aparecerá uma janela com as especificações desejadas de sua nova imagem. Eu prefiro trabalhar com formatos conhecidos de fotos, por isto, na aba Preset, eu escolho Photo e, mais para baixo, na aba Size, seleciono Landscape 4 x 6, que é o formato de impressão convencional.
Então é só multiplicar o número de fotos que tiramos por 6, que é a largura, para termos uma noção aproximada de qual será a largura da foto panorâmica, por exemplo, se forem 4 fotos, no campo Width incluiremos o valor 24 (6 multiplicado por 4 fotos).


Você terá uma área de trabalho como esta acima, com um espaço branco comprido, onde você importará todas as fotos tiradas do panorama.
Para fazer isto, clique em Place, selecione a primeira imagem da esquerda e importe-a, ajustando-a no canto esquerdo da área branca.
Repita o procedimento para as demais fotos, já tentando encaixá-las na posição exata, utilizando aquele seu ponto de referência na hora de tirar a foto também para auxiliá-lo nesta montagem.

Mesmo se você fotografou usando um tripé, você notará que algumas imagens ficarão mais para baixo, enquanto outras para cima, não dê muita atenção a isto neste momento.

A princípio, você poderá perceber que, onde estão as junções da foto, ficará uma linha mais escura, indicando onde acaba uma foto e começa outra, mas não se preocupe com isto, por enquanto.

Quando todas as fotos já houverem sido importadas, vá na aba Layers, selecione todas as camadas da foto e rasterize-as (para isto, clique com o botão esquerdo do mouse sobre as camadas e selecione a opção Rasterize). Agora você poderá trabalhar com as imagens.

Para realizar a costura, eu utilizei a ferramenta borracha (Eraser Tool), escolhendo inicialmente a opacidade de 50% e passando-a sobre a área de junção da imagem sobreposta, isto é, sobre aquela que está uma camada (layer) acima da outra. Em seguida, você reduzir um pouco a opacidade da borracha, até uns 20%, para deixar esta junção mais natural.
Mas também não precisa ser muito paranóico e tentar eliminar totalmente qualquer sinal da união, pois geralmente a foto será vista em tamanhos menores.

Por fim, clique em todas as camadas e, clicando com o botão esquerdo sobre elas, selecione Merge Layers, assim todas as camadas serão mescladas e você terá uma imagem única. Se você não havia feito os ajustes antes, agora é hora de corrigir contraste, brilho, exposição, níveis, ou o que for.

Depois, com a ferramenta de recorte (Crop Tool), marque toda a região com a imagem, deixando para fora qualquer excesso das fotos (aquelas partes que ficaram para baixo ou para cima), e recorte-a.

Agora você já tem uma foto panorâmica, salve o arquivo e pronto!

Depois que você fizer uma vez, parecerá mais simples do que você imaginava.

É mais complicado do que a foto pseudopanorâmica, mas o resultado é muito melhor, com uma resolução incrível, afinal de contas são várias fotos unidas.

Só lembrando que, como quase tudo no Photoshop, existem várias técnicas para obter o mesmo efeito.

Exercício prático

1 - tire entre 3 e 5 fotos de um mesmo cenário e tente compor uma foto panorâmica, usando as instruções acima.

2 - compartilhe conosco o resultado através do nosso grupo no Flickr
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sábado, 5 de maio de 2012

Hoje é noite de fotografar a Lua!

(1/60 f/10 ISO 100, Superlua de 5 de maio de 2012http://www.flickr.com/photos/henrybugalho/7146061117/)

Estão todos os jornais falando que, neste mês de maio (ou, melhor, na noite de 5 de maio), teremos a mais bela Lua cheia do ano de 2012.

E o óbvio é que todo o mundo, de astrônomos e amadores, estarão apontando suas câmeras para a Lua, querendo capturar a melhor imagem possível deste astro.

Os três equipamentos básicos para tirar uma boa foto da Lua são:

1 - uma câmera fotográfica (dãããã!) com Modo Manual;
2 - uma lente telefoto; e
3 - um tripé.

Além disto, é evidente que o céu tem de estar limpo para você conseguir tirar uma boa foto da Lua.

Escolhendo a melhor velocidade do obturador


Se você já tentou fotografar a Lua anteriormente, principalmente com câmeras compactas automáticas, imagino que deva ter obtido um resultado semelhante a este acima.

Por quê?

Como está de noite, o fotômetro da câmera faz uma medição de todo o quadro, avaliando as partes claras e escuras, e recomenda uma exposição intermediária.
Se você já se arriscou a fazer fotografias noturnas, já deve saber que, às vezes, necessitamos de longas exposições, de 1 segundo ou muito mais, para obter uma bela imagem à noite.

Na imagem acima (recorte), com a velocidade do obturador em 1 segundo e usando tripé, temos um disco branco sem nenhum detalhe. É isto que sua câmera pensa que é a melhor exposição neste caso.


Então, aceleramos bastante a velocidade do obturador, para 1/60 e obtivemos a imagem acima (recorte), ainda de um disco branco, mas com alguns detalhes no interior. Agora já está começando a se parecer com a Lua, mas ainda não é a foto que gostaríamos.


Para isto, deixamos o obturador mais rápido, em 1/160 e foi como obtivemos a imagem acima (recorte), já com bastantes detalhes, na qual podemos ver as crateras e mares da Lua.

A Lua e a Distância Focal de sua Lente


Na hora de fotografar a Lua, você desejará utilizar, a princípio, a lente telefoto com a maior distância focal possível.

Quanto mais longa, melhor, não é?

Mais ou menos, eu digo...

Eu tenho duas lentes telefoto longas no meu kit: uma Canon 70-200mm f/4 L, que é uma lente excepcional, e uma Canon 70-300mm f/4-5.6, que é uma lente excepcionalmente ruim.

Olhando na comparação acima, com as fotos originais, vemos que a lente de 300mm aproximou muito mais a Lua, no entanto, o problema está nos detalhes.


Quando recortamos as duas fotos, mesmo após a edição delas, podemos perceber claramente quão rica de detalhes é a imagem da Lua com a lente melhor (200mm), enquanto na telefoto mais longa (300mm) a imagem ficou um pouco menos nítida.

Apesar de ter recortado mais a foto com a lente de 200mm, ainda prefiro ela por causa dos detalhes mais nítidos.

Só lembrando que o uso do tripé é quase imprescindível, pois com uma distância focal longa, à noite, qualquer tremidinha já deixará sua foto bastante borrada.
A opção seria subir o ISO ao máximo, mas isto implicaria em perda de nitidez e, consequentemente, de detalhes.

Já ouvi alguns fotógrafos falando que usam telescópios em combinação com a câmera, mas não tenho ideia de como isto funciona, nem tenho um telescópio para testar.

Pós-processamento


Esta é a foto original da Lua tirada com uma lente 70-200mm, na distância focal máxima. Como você pode reparar, a Lua está bastante nítida, mas um pouco distante para podermos analisar a riqueza de detalhes do satélite.


Nesta situação, pós-processamento digital da foto é inevitável, primeiro recortando a foto.

Contudo, ainda não estamos muito satisfeitos com esta imagem. Ela não tem muito contraste, apesar de já podermos visualizar relativamente bem os acidentes na superfície lunar.


Por fim, no Adobe Lightroom, eu fiz algumas correções reduzindo o brilho (brightness) e aumentando o contraste (contrast) para acentuar as crateras, mares e outros acidentes. Além disto, aumentei o vibrance e também a nitidez (sharpness).

O único problema é que, por ser um recorte grande da imagem original, não podemos ampliá-la muito, senão haverá perda de resolução.

Fotografando a Lua de dia


Às vezes, mesmo durante o dia, a Lua dá as caras e para fotografá-la nestas situações não há segredo algum.

A única coisa que você deve realmente prestar atenção é, sempre ao usar lentes telefoto, manter uma velocidade do obturador mínima igual à distância focal. Por exemplo, se você estiver usando uma lente de 200mm, a velocidade do obturador mínima deve ser 1/200, preferencialmente mais se você estiver usando uma câmera que não seja full frame.
Esta é a sua garantia que a foto não ficará tremida.

De resto, basta expor a imagem de acordo com o fotômetro de sua câmera e correr pra galera!

Paisagens iluminadas pela Lua


Agora, se você deseja fotografar um cenário iluminado pela Lua, entraremos numa foto de longa exposição convencional, na qual você precisará de uma velocidade obturador mais lenta para capturar a iluminação ambiente.

Uma vez mais, você precisará de um tripé, ou de uma superfície plana para apoiar a câmera e, frequentemente, usar um disparador remoto ou o timer da câmera, pois o mero ato de clicar a câmera já pode fazer com que a foto fique tremida.

No entanto, já adianto, é impossível obter uma imagem nítida da Lua e, ao mesmo tempo, fazer uma foto de longa exposição. Você terá de escolher uma ou outra, ou usar o Photoshop para fazer uma montagem.

Sem filtros

Só lembrando que, ao se fotografar a Lua, o recomendável é retirar todos os filtros da lente, incluindo o UV, para evitar reflexos internos que criam um efeito indesejável na foto.

Mas, logo em seguida, recoloque o filtro.

Exercícios práticos


1 - usando uma lente telefoto (ou superzoom) e um tripé, tire três fotos da Lua, na abertura máxima da lente e ISO 100:

a - com uma velocidade lenta (de 1 segundo ou mais);
b - com uma velocidade intermediária (entre 1/30 e 1/60);
c - com uma velocidade rápida (acima de 1/160).

Conseguiu obter a exposição correta em qual destas velocidades?

Lembrando que, se você optar por uma abertura menor, terá de fazer os ajustes na velocidade.

2 - usando uma lente grande-angular ou normal e um tripé, tire fotos de um cenário iluminado pela Lua. Qual foi a configuração necessária para obter uma boa exposição?

3 - compartilhe conosco suas fotos da Lua no nosso grupo do Flickr.
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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Curso de iluminação artificial - o que umas luzinhas não podem fazer por sua foto?


Então, você se questiona:
OK, iluminação artificial pode ser legal, mas o que eu ganho com isto?

Para entendermos as vantagens de se utilizar iluminação artificial, seja para retratos, seja para natureza morta ou para qualquer outro tema passível de ser iluminado, precisamos comparar algumas imagens e entendermos o que acontece.

Todas as fotos abaixo foram tiradas em formato .RAW, com uma lente Canon 50mm f/1.4 e com o mínimo de pós-edição.

Iluminação ambiente

(1/250 f/1.4 ISO 200, por Denise Nappi: http://www.flickr.com/photos/henrybugalho/7135577047/)

Veja a imagem acima, somente com iluminação ambiente numa sala com um janelão e, aparentemente, luz o suficiente para iluminar o sujeito retratado (eu).

Para que a foto não ficasse tremida, a fotógrafa preferiu uma abertura de diafragma grande, de f/1.4, e uma velocidade de obturador relativamente rápida de 1/250.

Esta não é uma foto ruim, mas também não é o que chamaríamos de uma imagem interessante. É um cara sentando diante de uma parede branca, há um pouco de sombra atrás dele (eu estava de frente para a janela), e só.

Ampliação em 100%

Quando ampliamos a foto, vemos que não foram preservados muitos detalhes. A gola da camiseta está um pouco difusa e a textura do tecido do casaco se perdeu completamente.

Flash direto

(1/20 f/6.3 ISO 200, por Denise Nappi: http://www.flickr.com/photos/henrybugalho/6989498368/)

Este é o tipo de imagem que você obtém usando o flash embutido de sua câmera, seja de uma câmera compacta ou Reflex.
É uma luz forte e direta, que cria sombras bem definitidas e, frequentemente, deixa as pessoas com olhos vermelhos (existe uma função para reduzir isto, mas sempre acaba alguém com cara de vampiro).

Preste atenção na sombra atrás de mim, formando um contorno. O flash direto não favorece muito as pessoas retratadas, pois acentua olheiras, cicatrizes e rugas.

No entanto, se você não possui opção por estar num ambiente escuro demais, na minha opinião é melhor uma foto com flash direto do que foto nenhuma.

Ampliação em 100%

Na ampliação, já é possível perceber bem a textura tanto do casaco, quanto da camiseta e da própria pele.
Há uma riqueza de detalhes que não era possível perceber somente com iluminação ambiente.

Flash rebatido

(1/20 f/6.3 ISO 200, por Denise Nappi: http://www.flickr.com/photos/henrybugalho/6989497974/)

Se você possui um flash externo, uma das primeiras coisas que você deve aprender é como rebater a luz.
Para fotógrafos de eventos, como casamentos e festas de 15 anos, o flash externo é um acessório imprescindível, e conseguir atingir uma iluminação mais natural é a lição número um.

Ao rebater a luz do flash no teto (para isto, basta levantar o feixe de luz para cima), você cria uma iluminação bastante natural e com a qual nós já estamos habituados, pois as lâmpadas de nossas casas costumam ficar no teto.

Você pode perceber que a tonalidade da pele já é bem menos artificial e as sombras são suaves.

Ampliação em 100%

No entanto, por se tratar de uma luz difusa, houve uma perda dos detalhes e das texturas, como podemos visualizar na ampliação.

Flash remoto ou iluminação de estúdio

(1/100 f/13 ISO 200, por Denise Nappi: http://www.flickr.com/photos/henrybugalho/7135580227/)

Mas a brincadeira começa a ficar divertida quando retiramos o flash externo de nossas câmeras e o utilizamos remotamente como luzes de estúdio.
Existem várias maneiras para fazer isto: com cabos, com disparadores remotos infravermelhos ou a rádio, ou com alguns modelos de câmeras que podem disparar remotamente os flashes.

Nesta imagem acima, eu usei um flash principal (master) para disparar um flash secundário (slave) através do infravermelho. A luz do flash principal estava desativada, ou seja, somente a luz do flash secundário atingiu o sujeito retratado.

Esta é uma luz forte e que cria sombras muito evidentes. Você pode suavizá-la ao controlar a potência diretamente no flash ou utilizando modificadores e difusores.

Ampliação em 100%

A textura da pele, da camiseta e do casaco foram preservadas, mas as sombras são fortíssimas.

Flash remoto com modificadores


(1/100 f/13 ISO 200, por Denise Nappihttp://www.flickr.com/photos/henrybugalho/6989495588/)


Por fim, além do flash remoto, adicionamos também um refletor, que estou segurando na minha mão esquerda, que rebate um pouco da luz do flash (e também da luz ambiente) para suavizar as sombras e deixar a foto mais agradável.


Esta iluminação cria uma tridimensionalidade que não é perceptível nas demais imagens, com um impacto visual mais intenso.


Utilizamos um refletor (que na verdade é apenas um aro prateado de tecido), mas poderia ser um isopor, uma cartolina branca ou um terceiro flash. Em sets de iluminação como este, é possível utilizar tantas luzes como desejar, uma para iluminar o fundo, outra para iluminar o cabelo e criar uma linha divisora entre o primeiro e o segundo-plano.


Não existem limites para sua criatividade em se tratando de iluminação, desde que se obtenha uma bela foto.

Ampliação em 100%

Neste último caso, ao utilizarmos um refletor, podemos ver até a trama da camiseta, assim como detalhes da textura que já eram perceptíveis ao se utilizar a iluminação artificial.


Conclusão


Como fotógrafo, você terá de se adaptar às situações. Nem sempre será possível montar um set de estúdio e fotografar usando duas ou três luzes.
Às vezes, você terá de se virar com um flash rebatido, apenas com o flash embutido da câmera, ou mesmo com a luz disponível no ambiente.


Todavia, é fundamental descobrir o potencial de seu equipamento e explorá-lo. Isto o ajudará a tornar-se um profissional melhor, um hobbista mais experiente e também permitirá que você crie imagens muito belas e interessantes.


Exercício prático


1 - de uma mesma pessoa, objeto ou animal tire quatro fotos:

a - com iluminação ambiente, isto é, aquela disponível no ambiente em que você está;
b - com o flash embutido de sua câmera (flash direto);
c - se possuir, com o flash externo de sua câmera, apontado para o teto;
d - se possuir, com o flash externo de sua câmera, apontado para uma parede lateral branca.

Qual destas fotos ficou a melhor, em sua opinião?


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A melhor referência para quem deseja aprender a tirar fotos melhores.