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terça-feira, 5 de março de 2013

História da Fotografia - parte 3: Leica e 35mm, a criação de uma lenda

(Ur-Leica, a primeira Leica criada em 1914)

Parte 1: Os Primórdios da Fotografia
Parte 2: Kodak e a câmera nas mãos das pessoas comuns

A Kodak dominou o mercado das câmeras fotográficas por algumas décadas, isto até que, na Alemanha, a Leitz, uma empresa do setor de ótica, criou o protótipo de uma câmera fotográfica que usava um filme 35mm.

O pai desta invenção foi o engenheiro Oskar Barnack, responsável pelas pesquisas de microscópios, e que, em 1913, convenceu o dono da Leitz a investir numa câmera destinada a fotografia de paisagens, que fosse portátil e com um negativo que pudesse ser ampliado sem perda de qualidade.

Para isto, foi necessário o desenvolvimento de lentes com grande qualidade ótica, que permitissem imagens extremamente nítidas, o que levou à consolidação da Leitz como a fabricante de algumas das mais perfeitas lentes já concebidas pelo ser humano.

Esta câmera foi batizada de Leica, derivado de Leitz camera. Era o nascimento de uma das maiores lendas da fotografia.

Filme 35mm

O formato de filme 35mm, por causa de sua largura, já era um antigo conhecido. Popularizou-se no cinema, sendo adotado desde cedo pelos fabricantes de cinematógrafos.

Algumas câmeras americanas haviam se arriscado neste formato anteriormente, mas foi o advento da câmera Leica que consagrou o 35mm como o método mais prático e eficiente para registrar as imagens fotográficas.

Este processo demorou algumas décadas, em 1960, o filme 35mm já era o mais disseminado, sendo utilizado por praticamente todas as câmeras voltadas para o público geral.

A princípio, a troca de filmes não era muito simples. O fotógrafo tinha de enrolar o filme fotográfico em câmaras escuras, reutilizando as bobinas. Este era um processo que tomava tempo e era pouco prático.

Em 1934, a Kodak entrou neste jogo mais uma vez, criando um rolo que poderia ser trocado à luz do sol, bastante parecido com os rolos fotográficos vendidos até pouco tempo atrás, antes do boom das câmeras digitais.

Simultaneamente, a Kodak lançou a câmera Retina, na tentativa de competir com as duas marcas mais populares de câmeras 35mm da época, a Leica e a Contax.

Estava para começar a época áurea da fotografia, quando alguns dos maiores fotógrafos da História retratariam o mundo, revelando suas belezas e horrores.

Fontes: Wikipedia e Wikicommons

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domingo, 17 de junho de 2012

Dúvida do leitor - Essa paixão por Câmeras SLR e Fotografias é apenas Hobby ou é mesmo algo para me profissionalizar? Qual o conselho que você me daria?


Recentemente, o leitor Douglas Jefferson me enviou esta pergunta por e-mail, querendo saber se deveria encarar a Fotografia somente como hobby, ou se existe a possibilidade de profissionalizar-se.

Antes de tudo, isto é muito pessoal, depende do talento e do esforço individual, e também da garra para correr atrás das oportunidades.

Para entendermos se vale a pena tentar a carreira de fotógrafo, precisamos olhar um pouco para uma ou duas décadas atrás e vermos como o cenário da fotografia mudou bastante.

Como era a profissão do fotógrafo antes?


Na era do filme, a fotografia profissional era um ramo bastante especializado.

A maioria das pessoas normais, como eu e você, tinha câmeras automáticas, que faziam todos os ajustes sem intervenção do fotógrafo, assim como com as câmeras compactas digitais de hoje.
Eram raríssimos os amadores que possuíam câmeras profissionais, tanto por causa dos altos custos dos equipamentos, mas também para aquisição e revelação dos filmes.
Certa vez, durante um workshop com um fotógrafo americano de casamento, ele disse que somente com filme e revelação, ele gastava quase 2 mil dólares, ou seja, era um investimento altíssimo para inserir-se no ramo, e nem todos podiam arcar com ele.

Além disto, para se obter boas fotos com câmeras de filme, era necessário um profundo conhecimento técnico, pois não havia a facilidade de conferir na hora se a foto havia ficado boa ou não.
Imagine só você ser pago para cobrir um casamento e, na hora da revelação, descobrir que todas as fotos ficaram fora de foco, sobrexpostas ou queimadas?

Isto é, a profissão do fotógrafo era para quem entendia do assunto e, justamente por isto, era mais valorizada e pagava melhor.

Como é a profissão do fotógrafo hoje?


Estamos na era da popularização da informação, e isto inclui também a fotografia. Todos nós temos câmeras, sejam compactas ou Reflex. Todos os celulares veem com camerazinhas fotográficas e qualquer criança pode clicar e obter imagens razoáveis.

Boa parte do mistério e do fascínio da fotografia se perdeu. Hoje, qualquer um pode comprar uma câmera fotográfica profissional com quatrocentos dólares, sem custo algum com filmes ou revelação. Basta pegar uma câmera destas, sem qualquer conhecimento técnico de fotografia, cobrar 300 reais e cobrir casamentos, ou cobrar 30 reais e fazer um book de 15 anos.
Juro que já vi fotógrafos cobrando estes preços!

Estamos vendo a desintegração da profissão de fotógrafo diante da concorrência desleal, mas principalmente por causa da amadorização extrema da fotografia.

Isto é ruim?

Talvez sim, talvez não, dependendo de qual lado você estiver.

O fato é que os fotógrafos profissionais estão se descabelando e vendo o pão sendo tirado de suas bocas dia após dia. Mesmo grandes nomes, fotógrafos que trabalham para grandes revistas como a National Geographic ou Newsweek estão sendo afetados pelo trabalho de amadores que, às vezes, conseguem obter imagens tão extraordinárias quanto os profissionais, e que estão dispostos a distribuir gratuitamente suas fotos na internet.

Devo me tornar um fotógrafo profissional?


Após entendermos qual é o cenário atual, resta-nos responder à questão crucial: é possível profissionalizar-se em fotografia hoje em dia?

É claro que sim! As pessoas ainda continuam se casando, comemorando aniversários, bodas ou festas de 15 anos. Crianças ainda são batizadas. Ainda ocorrem incêndios e catástrofes. Ainda existe espaço para Arte.

A fotografia não está morrendo, pelo contrário, está mais presente em nossas vidas do que jamais foi. Todos estão deslumbrados com a fotografia, mas nem todos são capazes de criar imagens extraordinárias.
Isto ainda depende principalmente dos fotógrafos profissionais, que estudaram e praticaram muito antes de saírem com sua câmera na mão cobrando uma exorbitância por um trabalho.

Quando você for se casar, você prefere um profissional que cobre alguns milhares de reais e será a garantia de um trabalho excelente, ou prefere pagar uns tostões para um amador que mal sabe como usar o equipamento?

Aposto que, nesta situação, você preferirá o profissional.

Ainda não sabemos como será o futuro da fotografia, nem qual será o destino dos poucos grandes profissionais que restam deste ramo, mas, se você deseja se tornar um fotógrafo profissional, não existem atalhos.
É preciso estudar muito, praticar muito, conhecer bem seu equipamento e destacar-se dos demais, criando uma linguagem própria. Estes serão seus diferenciais, e é por isto que alguém o contratará e confiará em você.


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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O que é ruído digital e como ele pode afetar minhas fotos?

(Foto por: Denise Nappi)

Ruído digital (digital noise) é como se chama os pontinhos que aparecem nas fotos quando se fotografa com ISO alto, e é particularmente perceptível em regiões escuras das imagens.

Este é um efeito indesejável e desagradável, principalmente quando é muito perceptível, como na foto acima, tirada com a primeira câmera fotográfica digital que minha esposa comprou em 2001.

Recorte em 100%

A foto foi tirada em ISO 100 e, naquela época, mesmo com um ISO tão baixo, o ruído digital era evidente. Repare no tamanho dos pontos vermelhos na foto e como os contornos são bem pouco nítidos.

Hoje, as câmeras possuem controle de ruído muito melhores, inclusive, em câmeras profissionais, com resultados excelentes mesmo acima de ISO 3200 ou mais.

No entando, ainda em nossos dias, você pode esperar um desempenho inferior em controle de ruído em câmeras compactas em comparação a câmeras profissionais, como veremos a seguir.

Câmera compacta em ISO 1600

A foto acima foi tirada com uma câmera compacta da Panasonic em ISO 1600. Se você observar o céu e as nuvens, poderá perceber melhor o ruído digital e o pontinhos vermelhos.

Câmera compacta em ISO 1600 - recorte em 100%

Contudo, somente quando aproximamos a imagem que podemos notar o estrago do ruído digital na qualidade da foto. Os pontos são tão grandes e difusos que parece até uma pintura impressionista.

Comparemos agora o mesmo ISO em uma Reflex da Canon.

Câmera profissional em ISO 1600

Apesar de estar com um ISO bastante alto, mal dá para perceber os pontinhos num imagem deste tamanho. Há um bom controle do ruído digital, que só poderá ser percebido ao ampliarmos a foto.

Câmera profissional em ISO 1600 - recorte em 100%

Neste caso, ao invés dos pontinhos coloridos, temos uma granulação, uma espécie de textura, perpassando toda a foto.
Você poderá notar claramente a diferença entre ISO 1600 e ISO 100, uma sensibilidade muito mais baixa, no recorte abaixo.

Câmera profissional em ISO 100 - recorte em 100%

Você pode reparar que a imagem é muito mais limpa e nítida, sem granulação ou textura aparente.

Pós-processamento e redução do ruído digital (noise reduction)

(foto após redução de ruído digital)

Eu sou da seguinte opinião: foto com muito ruído digital é uma porcaria, mas é melhor uma foto com ruído do que foto nenhuma.
Mesmo assim, com os programas de edição de imagem, é possível melhorar bastante a qualidade final da foto, reduzindo o ruído digital durante o pós-processamento.
Inclusive, existem alguns programas específicos dedicados apenas para redução de ruído.

Para isto, eu uso o Adobe Lightroom, que é o programa que utilizo para o maioria dos pequenos ajustes que faço nas fotos. O controle de redução de ruído pode ser encontrado na aba "detail", "noise reduction", e você controla a quantidade de ruído através dos medidores de "luminance", "detail" e "contrast".
Geralmente, só sinto a necessidade de controlar "luminance", observando na janela acima como afeta a imagem.
Mas não exagere, pois quanto maior for a redução, mais detalhes e nitidez você perderá.

Fiz a redução de ruído nas duas fotos tiradas tanto com a câmera compacta quanto com a Reflex, para que você possa perceber a diferença.

Câmera compacta em ISO 1600, com redução de ruído

Numa imagem deste tamanho, a redução de ruído é bastante aparente. Já não dá para perceber tanto os pontinhos quanto antes.

Câmera compacta em ISO 1600, com redução de ruído - recorte em 100%

Todavia, ao ampliarmos a imagem, ainda temos a sensação de ser quase como uma pintura, com uma textura estranha, mas ainda melhor do que a imagem original.

Câmera profissional em ISO 1600, com redução de ruído

Nesta, nem podemos percebre grandes modificações, pois a qualidade da imagem original já era razoável o bastante.

Câmera profissional em ISO 1600, com redução de ruído - recorte em 100%

Mas ao vermos a ampliação, a diferença é perceptível. Já não vemos tanto os pontinhos ou a textura, que acabou se mesclando com a imagem.
Por o ruído nesta câmera não ser tão evidente, a correção foi muito mais natural.

Ruído digital ou grânulos?


Mas não pense que estes pontinhos nas fotos com ISO alto é uma exclusividade das câmeras digitais. Na era do filme, as fotos também tinham granulações perceptíveis em ISO mais altos.
Por exemplo, se você ampliar a imagem acima, tirada com um filme Ilford Delta de ISO 400, poderá ver a granulação.


E este é o mesmo caso desta outra foto, tirada com um filme Fujicolor Superia de ISO 400.

No entanto, ao contrário do ruído digital, considerado indesejável, os grânulos do filme são mais agradáveis e concedem um charme à foto. Inclusive, muita gente inclui, no pós-processamento, grânulos (film grain) para que a foto pareça que foi tirada com filme fotográfico.


Esta foto acima é um exemplo disto. Foi tirada com uma câmera digital e os grânulos (film grain) foram incluídos no Photoshop durante o pós-processamento para dar este ar de foto antiga e clássica. Realmente, é um outro clima.

Conclusão

Adquirir uma câmera Reflex é geralmente um argumento para quem necessita ou gosta de fotografar com pouca luminosidade, pois há a necessidade de ISO mais alto e, consequentemente, a foto será afetada menos pelo ruído digital.
Câmeras compactas comumente tem um desempenho péssimo neste quesito e, assim que você faz a comparação, uma câmera profissional dá um baile.

No entanto, se não houver alternativa, tire a foto mesmo com ISO alto e com ruído digital, e depois faça a redução de ruído no pós-processamento, pois os resultados podem não ser perfeitos, mas são bastante satisfatórios.

Exercícios práticos

1 - com sua câmera (compacta ou Reflex) tire quatro fotos:
a - em ISO 100;
b - em ISO 400;
c - em ISO 800;
d - no ISO mais alto que houver em sua câmera.

Por fim, compare os resultados e amplie as fotos, tentando identificar o ruído digital. Os pontinhos são muito evidentes a partir de qual ISO?


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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

História da Fotografia - Parte 2: Kodak e a câmera nas mãos das pessoas comuns

(Uma sátira da fotografia no final do século XIX. Repare no suporte na cabeça do fotografado, para que ele não a mexesse e a foto ficasse borrada)

Ler História da Fotografia Parte 1 - Os Primórdios

Após todas as descobertas e processos iniciais da fotografia, o inventor John Hershel desenvolveu, em 1842, a técnica do cianótipo, que criava imagens fotográficas azuladas e também ficou conhecido como blueprint.

Old Cart in Tanfield - Cyanotype

Este é um processo ainda utilizado por alguns fotógrafos como proposta estética, pois produz resultados bastante artísticos e interessantes.
Hershel também cunhou alguns termos importantes no mundo da fotografia, como positivo e negativo, e também adotou a palavra "photography" para descrever o registro de imagens.

(Fotografia obtida com processo de colódio úmido, anônimo)

Já em 1851, o inglês Frederick Scott Archer desenvolveu o processo conhecido como negativo de colódio úmido, que criava um negativo fotográfico sobre uma placa de vidro.
Este foi o processo mais popular entre os anos de 1852 e 1860, até a invenção do colódio seco, que possuía várias vantagens sobre o processo anterior, como maior tempo para revelar o negativo sem a necessidade de câmera escura, no entanto, tinha metade da sensibilidade do colódio úmido, ou seja, exigia maior tempo de exposição.

George Eastman e a Kodak

(George Eastman, um dos maiores revolucionários no mundo da fotografia)

O americano George Eastman patenteou o filme fotográfico em 1884 e fundou a Eastman Kodak Company em 1892. Ele jamais deve ter imaginado que havia iniciado a maior revolução na fotografia por mais de um século.
O surgimento do filme fotográfico tornou as câmeras mais portáteis, a revelação mais simples e permitiu a verdadeira popularização da fotografia.
E a jogada mais genial da Kodak foi a slogan "Você aperta o botão, nós fazemos o resto". Assim, os fotógrafos amadores só tinham de se preocupar em sair às ruas e fotografar, depois enviavam o filme ou a câmera para a sede da Kodak, eles revelavam o rolo e mandavam de volta as fotos e a câmera.

(Uma Kodak Brownie n.2)

Em 1900, foi lançada a Kodak Brownie, que se tornou uma febre nos EUA. Custava, na época, apenas 1 dólar, que era bastante para o começo do século XX, mas ainda acessível para os trabalhadores comuns, e milhões destas câmeras foram vendidas, consolidando a Kodak tanto quanto fabricante de filmes quanto de câmeras fotográficas por várias décadas.

(Imagem obtida com uma Kodak Brownie)

As fotos ainda eram monocromáticas, mas, pela primeira vez, era possível para pessoas, no dia a dia, registrarem suas vidas, o que elas viam, e também criarem arte. A Kodak havia dado ao mundo a possibilidade de expressão, da maneira mais simples e espontânea possível.

Era a consolidação da fotografia como a memória do cotidiano.

Fontes de referência: Wikipedia e Wikicommons



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