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sábado, 4 de fevereiro de 2012

Dominando o fotômetro de sua câmera, ou como expor melhor suas fotos


Se você já leu o artigo sobre como obter a melhor exposição, então você sabe o que é um fotômetro e como você o utiliza para medir a iluminação e ajustar a sua câmera.

Basicamente, o fotômetro é um acessório, que pode estar embutido em sua câmera ou pode ser um aparelho à parte, para maior precisão, que avalia a iluminação que entra na câmera (fotômetro de luz refletida), ou que atinge o sujeito retratado (fotômetro de luz incidente).

Não sou professor de Física e tampouco sei explicar cientificamente quais são as propriedades da luz, mas ela viaja em linha reta, seja a luz do sol ou de luzes artificiais, incide sobre as pessoas, objetos, animais ou paisagem (luz incidente) e é refletida, que é o que os nossos olhos veem: a luz refletida nas coisas. O fotômetro embutido de nossas câmeras funcionam exatamente como os nossos olhos, analisando a luz refletida.


Como já dissemos, a medição da luz poderá ser vista em sua câmera (esta função existe em todas as Reflex digitais e em algumas compactas) através de uma linha pontilhada, com os indicadores de exposição (sobrexposição +/ subexposição -). Em tese, uma foto bem exposta é quando o indicador está no meio desta linha, mas, como vimos, este nem sempre é o caso.

Mesmo assim, você pode mandar a sua câmera medir corretamente a luz, pois, em vários modelos, inclusive de câmeras mais simples, há diferentes modos de medição de luz, conhecidos como metering. Veremos como cada um deles funciona.

Evaluative metering


Está vendo aquele retângulo no canto interior esquerdo, logo acima do indicador da bateria?
Aquele ali é o indicador de qual medição você está utilizando.

Um retângulo com uma bolinha preta no meio de dois semicírculos é o símbolo de evaluative metering (Canon e Sony) ou matrix (Nikon).
Esta é a medição padrão de várias câmeras atuais e foi utilizada na primeira foto acima, da entrada da Grand Central Station. Com esta medição, o fotômetro trabalha exatamente como os nossos olhos, avaliando a iluminação em vários pontos do quadro, tentando ajustar para a melhor exposição possível.

Se você tem uma câmera compacta sem Modo Manual, é provavelmente a medição que você utiliza sem saber.

Com iluminação natural, funciona muito bem na maioria das situações, mas alguns fotógrafos preferem não utilizar esta medição, já que os resultados podem ser um pouco imprevisíveis, sem muito controle do fotógrafo.

Center weighted metering


Este é o modo que mais uso, pois ele concentra a medição da luz em entre 80% e 60% na região central do enquadramento, dando menos importância à iluminação nos cantos. Isto evita que sombras periféricas, ou a luz do sol num dos cantos afetem a medição.
O símbolo do center weighted metering é um retângulo em branco.

Spot meter


O símbolo do spot meter é uma bolinha preta dentro de um retângulo, e é a medição mais precisa possível para uma câmera fotográfica.
Nesta configuração, o fotômetro só avaliará a exposição de um ponto bastante específico no centro do quadro (1% a 5% do enquadramento) e é ótimo para situações de altíssimo contraste, nas quais você sabe exatamente qual região da imagem você quer que esteja exposta corretamente.

Para esta medição, você primeiro aponta para a região que você deseja medir, centralizando-a, ajusta as funções da câmera, e recompõe a imagem como você a deseja.

Apesar de muito útil e confiável, não é a melhor medição para o dia a dia, somente para situações bastante específicas.

Partial metering


Esta é uma medição encontrada principalmente nas câmeras Canon e é uma medição intermediária, entre spot meter e center weighted, analisando uma região entre 10% e 15% do quadro.

É também bastante útil para situações de alto contraste.

Exemplos


Na imagem acima, segue uma sequência de quadro fotos tiradas com quatro medições diferentes: partial, evaluative, center weighted e stop meter.
Todas as fotos foram tiradas em ISO 100 e abertura de diafragma em f/5.6, medindo a luz centralizando o teclado do computador, no entanto, dá para perceber que em evaluative e em spot meter estão ligeiramente mais claras do que as outras, enquanto que em partial mais escura.
Segue a configuração de velocidade de obturador para cada uma delas:

partial - 1/25
evaluative - 1/15
center weighted - 1/20
spot meter - 1/15

Você pode notar que entre algumas destas medições há uma diferença de quase um stop de iluminação, ou seja, quase o dobro da iluminação.

Enquanto que isto pode parecer tecnicalidades dispensáveis para alguns, é sempre bom saber quais são as funções de sua câmera e como utilizá-las. São estes detalhes que às vezes podem fazer bastante diferença no resultado final de sua foto.

Exercícios práticos

1 - descubra onde fica o controle do fotômetro de sua câmera (ler o manual sempre ajuda, procure por metering ou light meter) e tire diferentes fotos apontando para o mesmo tema, em Modo Manual se sua câmera possuir, com a mesma configuração de ISO e abertura de diafragma, só ajustando a velocidade do obturador, em:
a - evaluative
b - center weighted
c - spot meter (se possuir)
d - partial (se possuir)

Compare os resultados finais. Percebe alguma diferença na exposição destas fotos? Alguma delas está mais clara?

2 - faça este mesmo teste em situações de alto contraste, como silhuetas, pôr do sol ou com cenas com muitas sombras e sol forte.

E nestes casos, notou alguma diferença entre as diferentes medições?



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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Sol-16, ou usando seu olho para medir a luz

Stuyvesant Square

Se você leu o Curso de Introdução à Fotografia, já ouviu falar de fotometria e sabe como isto influencia na hora de expor corretamente uma foto.

Basicamente, o fotômetro (light meter) é um medidor de luz, que pode estar em sua câmera ou pode ser um aparelho à parte, usado principalmente em estúdios ou para iluminação artificial (neste caso, um flash meter).

Fotômetro
(Segurando um fotômetro externo, um dos acessórios mais confiáveis para fotografia de estúdio)

Todas as câmeras digitais compactas e as Reflex do mercado, bem como inúmeros modelos de câmeras de filme possuem um fotômetro.
Nas câmeras compactas, a medição da luz é feita automaticamente, ou seja, o fotógrafo tem pouco ou nenhum controle sobre a exposição.
Nas câmeras Reflex ou naquelas que possuem Modo Manual, o fotógrafo pode ajustar as funções da câmera de acordo com a indicação do fotômetro, controlando a exposição de acordo com suas preferências.

Exposição - Canon XSI
(Fotômetro de uma Reflex digital)

No entanto, como era feita a medição da luz antes da invenção dos fotômetros?

Ou melhor ainda, existe alguma maneira para controlar a exposição sem depender o tempo todo do fotômetro de sua câmera? Tenho como deixar minha câmera pronta para tirar uma foto mesmo antes de olhar no visor?

Sol-16, ou aprendendo a tabelinha de medição de luz (Sunny-16)

Cala a boca e clica! - Sol - 16

A existência dos fotômetros é bastante recente, comparada à História da Fotografia. O primeiro fotômetro de selênio (analógico) só passou a ser utilizado na década de 60, enquanto que os primeiros fotômetros digitais só surgiram no começo da década de 80, ou seja, antes disto, o fotógrafo tinha de medir a luz no "olhômetro", baseado em sua experiência e, principalmente, na tabela Sol-16.

O que é esta desgraçada tabela Sol-16?

É muito mais simples do que parece. O que a tabela Sol-16 determina é que, num dia ensolarado, fotografando um objeto ou sujeito sob o sol, estando a abertura de diafragma em f/16, a velocidade do obturador deve ser igual ao ISO do filme (ou da câmera digital).

O que isto quer dizer, em termos práticos?

Daremos um exemplo: se você for fotografar a sua mãe, num dia ensolarado num parque, você ajusta a abertura de diafragma para f/16, o ISO em 100 e a velocidade do obturador em 1/100 (ou o mais próximo possível a este valor, como 1/125).

Simples não é?

Se você quiser fotografar em ISO 200, ponha a velocidade do obturador em 1/200 (ou 1/250) e a abertura em f/16, e assim por diante.

Agora, e se eu não quiser fotografar sempre em f/16, o que faço da vida?

Então você terá de ajustar as demais funções.

Por exemplo, se você quiser fotografar em abertura f/8 e ISO 100, isto é, dois f-stops mais claro que em f/16. Para tanto, você terá de aumentar a velocidade do obturador em dois stops, ou seja, em 1/500 (lembre-se das velocidades padrões do obturador, 125-250-500, e também das aberturas padrões, f/8-f/11-f/16).

Isto exigirá que você pense em outros fatores quando estiver fotografando, mas isto será o que realmente o diferenciará da maioria dos outros fotógrafos que caíram de paraquedas neste ramo.
É por isto que você está estudando, afinal de contas!

Se você já fotografou com câmeras de filme, ou começou agora a fotografar com uma câmera analógica, já deve ter visto nas embalagens dos filmes uma tabela como a de cima, que basicamente é a tabela Sol-16 ilustrada.

Naquela imagem, recortada da embalagem de um filme ISO 200, você pode ver a configuração ideal da câmera em diferentes condições de iluminação, com sol, um pouco nublado, escurecendo, em ambientes internos, à luz de velas e depois de ter escurecido.
A lógica é basicamente a mesma que já apresentamos, além de acrescentar variações de acordo com a iluminação.

Tabela Sol-16 completa
f/22 - fotografando na praia ou na neve, com sol
f/16 - fotografando com sol
f/11 - ligeiramente nublado
f/8 - nublado
f/5.6 - bastante nublado
f/4 - na sombra/pôr do sol

Sempre lembrando que a velocidade do obturador será igual ao ISO do filme ou o ISO ajustado na câmera.
Além disto, isto vale apenas para fotografia sem flash, se você for fotografar com flash, daí são outros quinhentos e esta tabela vale bem pouco!

Como o Sol-16 pode me tornar um fotógrafo melhor?

Fall at Gramercy Park

A primeira coisa que faço ao sair com uma câmera na rua é ajustá-la de acordo com a tabela Sol-16.

Antes de tudo, ajusto o ISO: ISO 100 para dias ensolarados, ISO 400 para sombra ou ambientes internos, ISO 800 para ambientes escuros.
Depois, ajusto a abertura de diafragma para o valor desejado, por exemplo, f/8, que é uma boa abertura para fotografar tanto retratos quanto paisagens.
Por fim, ajusto a velocidade do obturador de acordo com a tabela Sol-16, fazendo a correção nos stops. Como dissemos acima, f/8 são dois f-stops mais claro, portanto, preciso ajustar a velocidade do obturador para ser dois stops mais rápido, isto é, 1/500 em ISO 100.

Enfim, antes de tirar a foto, eu confiro o fotômetro da câmera (no visor) para ver se os ajustes estão corretos e fotografo.
Em dias ensolarados, a tabela Sol-16 funciona 98% das vezes. Tanto a foto acima quanto a primeira foto, foram tiradas com uma câmera de filme sem fotômetro e a exposição saiu correta só no "olhômetro".

Exercícios práticos

1 - Num dia ensolarado, teste a tabela Sol-16.
a - ajuste a abertura para f/16, o ISO 100 e velocidade do obturador em 1/125;
b - ajuste a abertura para f/16, o ISO 400 e velocidade do obturador em 1/500;
b - ajuste a abertura para f/16, o ISO 800 e velocidade do obturador em 1/1000.

A exposição está correta, a foto ficou sobrexposta (clara demais) ou subexposta (escura demais)?

2 - depois teste a tabela Sol-16 em diferentes condições de luminosidade, como em ambientes internos, com o dia nublado e confira os resultados.

3 - Depois compartilhe conosco o resultado de seus experimentos, tire suas dúvidas e faça seus comentários. Lembre-se também se juntar-se à gente em nosso grupo no Flickr.



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