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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Curso de iluminação artificial - o que umas luzinhas não podem fazer por sua foto?


Então, você se questiona:
OK, iluminação artificial pode ser legal, mas o que eu ganho com isto?

Para entendermos as vantagens de se utilizar iluminação artificial, seja para retratos, seja para natureza morta ou para qualquer outro tema passível de ser iluminado, precisamos comparar algumas imagens e entendermos o que acontece.

Todas as fotos abaixo foram tiradas em formato .RAW, com uma lente Canon 50mm f/1.4 e com o mínimo de pós-edição.

Iluminação ambiente

(1/250 f/1.4 ISO 200, por Denise Nappi: http://www.flickr.com/photos/henrybugalho/7135577047/)

Veja a imagem acima, somente com iluminação ambiente numa sala com um janelão e, aparentemente, luz o suficiente para iluminar o sujeito retratado (eu).

Para que a foto não ficasse tremida, a fotógrafa preferiu uma abertura de diafragma grande, de f/1.4, e uma velocidade de obturador relativamente rápida de 1/250.

Esta não é uma foto ruim, mas também não é o que chamaríamos de uma imagem interessante. É um cara sentando diante de uma parede branca, há um pouco de sombra atrás dele (eu estava de frente para a janela), e só.

Ampliação em 100%

Quando ampliamos a foto, vemos que não foram preservados muitos detalhes. A gola da camiseta está um pouco difusa e a textura do tecido do casaco se perdeu completamente.

Flash direto

(1/20 f/6.3 ISO 200, por Denise Nappi: http://www.flickr.com/photos/henrybugalho/6989498368/)

Este é o tipo de imagem que você obtém usando o flash embutido de sua câmera, seja de uma câmera compacta ou Reflex.
É uma luz forte e direta, que cria sombras bem definitidas e, frequentemente, deixa as pessoas com olhos vermelhos (existe uma função para reduzir isto, mas sempre acaba alguém com cara de vampiro).

Preste atenção na sombra atrás de mim, formando um contorno. O flash direto não favorece muito as pessoas retratadas, pois acentua olheiras, cicatrizes e rugas.

No entanto, se você não possui opção por estar num ambiente escuro demais, na minha opinião é melhor uma foto com flash direto do que foto nenhuma.

Ampliação em 100%

Na ampliação, já é possível perceber bem a textura tanto do casaco, quanto da camiseta e da própria pele.
Há uma riqueza de detalhes que não era possível perceber somente com iluminação ambiente.

Flash rebatido

(1/20 f/6.3 ISO 200, por Denise Nappi: http://www.flickr.com/photos/henrybugalho/6989497974/)

Se você possui um flash externo, uma das primeiras coisas que você deve aprender é como rebater a luz.
Para fotógrafos de eventos, como casamentos e festas de 15 anos, o flash externo é um acessório imprescindível, e conseguir atingir uma iluminação mais natural é a lição número um.

Ao rebater a luz do flash no teto (para isto, basta levantar o feixe de luz para cima), você cria uma iluminação bastante natural e com a qual nós já estamos habituados, pois as lâmpadas de nossas casas costumam ficar no teto.

Você pode perceber que a tonalidade da pele já é bem menos artificial e as sombras são suaves.

Ampliação em 100%

No entanto, por se tratar de uma luz difusa, houve uma perda dos detalhes e das texturas, como podemos visualizar na ampliação.

Flash remoto ou iluminação de estúdio

(1/100 f/13 ISO 200, por Denise Nappi: http://www.flickr.com/photos/henrybugalho/7135580227/)

Mas a brincadeira começa a ficar divertida quando retiramos o flash externo de nossas câmeras e o utilizamos remotamente como luzes de estúdio.
Existem várias maneiras para fazer isto: com cabos, com disparadores remotos infravermelhos ou a rádio, ou com alguns modelos de câmeras que podem disparar remotamente os flashes.

Nesta imagem acima, eu usei um flash principal (master) para disparar um flash secundário (slave) através do infravermelho. A luz do flash principal estava desativada, ou seja, somente a luz do flash secundário atingiu o sujeito retratado.

Esta é uma luz forte e que cria sombras muito evidentes. Você pode suavizá-la ao controlar a potência diretamente no flash ou utilizando modificadores e difusores.

Ampliação em 100%

A textura da pele, da camiseta e do casaco foram preservadas, mas as sombras são fortíssimas.

Flash remoto com modificadores


(1/100 f/13 ISO 200, por Denise Nappihttp://www.flickr.com/photos/henrybugalho/6989495588/)


Por fim, além do flash remoto, adicionamos também um refletor, que estou segurando na minha mão esquerda, que rebate um pouco da luz do flash (e também da luz ambiente) para suavizar as sombras e deixar a foto mais agradável.


Esta iluminação cria uma tridimensionalidade que não é perceptível nas demais imagens, com um impacto visual mais intenso.


Utilizamos um refletor (que na verdade é apenas um aro prateado de tecido), mas poderia ser um isopor, uma cartolina branca ou um terceiro flash. Em sets de iluminação como este, é possível utilizar tantas luzes como desejar, uma para iluminar o fundo, outra para iluminar o cabelo e criar uma linha divisora entre o primeiro e o segundo-plano.


Não existem limites para sua criatividade em se tratando de iluminação, desde que se obtenha uma bela foto.

Ampliação em 100%

Neste último caso, ao utilizarmos um refletor, podemos ver até a trama da camiseta, assim como detalhes da textura que já eram perceptíveis ao se utilizar a iluminação artificial.


Conclusão


Como fotógrafo, você terá de se adaptar às situações. Nem sempre será possível montar um set de estúdio e fotografar usando duas ou três luzes.
Às vezes, você terá de se virar com um flash rebatido, apenas com o flash embutido da câmera, ou mesmo com a luz disponível no ambiente.


Todavia, é fundamental descobrir o potencial de seu equipamento e explorá-lo. Isto o ajudará a tornar-se um profissional melhor, um hobbista mais experiente e também permitirá que você crie imagens muito belas e interessantes.


Exercício prático


1 - de uma mesma pessoa, objeto ou animal tire quatro fotos:

a - com iluminação ambiente, isto é, aquela disponível no ambiente em que você está;
b - com o flash embutido de sua câmera (flash direto);
c - se possuir, com o flash externo de sua câmera, apontado para o teto;
d - se possuir, com o flash externo de sua câmera, apontado para uma parede lateral branca.

Qual destas fotos ficou a melhor, em sua opinião?


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A melhor referência para quem deseja aprender a tirar fotos melhores.

  1. Adorei o post. Bem esclarecedor...Agora entendo por que nunca gostei de fotos com flash direto.

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